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'Foi abusiva': Ex-paquita revela ter sido vítima de homofobia aos 12 anos em Programa da Xuxa

A ex-paquita Stephanie Lourenço revela ter sido vítima de homofobia aos 12 anos em Programa da Xuxa; saiba mais

Redação Contigo!
por Redação Contigo!

Publicado em 17/09/2024, às 11h30

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Stephanie Lourenço revela ter sido vítima de homofobia aos 12 anos em Programa da Xuxa - Reprodução/Globoplay/Instagram
Stephanie Lourenço revela ter sido vítima de homofobia aos 12 anos em Programa da Xuxa - Reprodução/Globoplay/Instagram

Stephanie Lourenço, uma das Paquitas da geração 2000, compartilhou um relato marcante no documentário 'Para Sempre Paquitas', lançado recentemente no Globoplay. Durante sua participação no programa de Xuxa entre 1999 e 2002, quando tinha entre 11 e 14 anos, a ex-assistente de palco revelou ter sofrido homofobia nos bastidores, uma experiência que impactou profundamente sua vida.

Stephanie assumiu publicamente sua bissexualidade somente duas décadas após deixar o programa, mas já naquela época enfrentava conflitos internos. “Eu comecei a perceber que gostava de meninas, mas não me identificava com as expectativas impostas. Eu não me sentia à vontade naquela feminilidade e naquelas danças”, desabafa. Aos 36 anos, ela reflete sobre como essa pressão a distanciou de si mesma.

A ex-Paquita também revelou que foi vítima de ofensas homofóbicas, sendo chamada de "sapatão" por alguém que trabalhou com ela durante seu tempo no programa. "Houve um momento em que alguém me chamou assim no camarim, e um produtor interveio, dizendo para não repetir isso. Mas essa pessoa foi abusiva moralmente comigo o tempo todo", contou Stephanie, sem citar nomes.

Apesar de contar com o apoio de algumas colegas, a pressão dos adultos era intensa. "Eu sentia que precisava me adequar às expectativas: me vestir como as outras meninas e ser feminina. O medo de perder amizades ou ser julgada era constante", confessou. A repressão foi tão forte que ela permaneceu "dentro do armário" por 20 anos.

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"Eu me reprimi de uma maneira muito violenta. Durante anos, esqueci essa parte de mim. Quando finalmente me reconectei com quem eu realmente sou, foi uma força avassaladora", disse Stephanie, que hoje sente orgulho de sua identidade bissexual. "Agora eu sou eu."

Xuxa Meneghel, também presente no documentário, afirmou que não tinha conhecimento sobre a sexualidade de Stephanie na época. "Ela nunca me falou. Era muito fechada", comentou a apresentadora.

Veja o desabafo na íntegra:

"Chegou uma fase da minha vida ali, que eu já não me identificava com aquela feminilidade, com aquelas danças. Eu comecei a perceber que eu gostava de meninas e também comecei a perceber que eu não me sentia tão a vontade naquele lugar, apesar de eu amar aquele lugar. E eu, já me descobrindo como parte da comunidade LGBT, não era o que se esperava de uma Paquita. Eu sofri um tanto de homofobia ali naquela fase que foi difícil, mas eu era muito corajosa.

Para as pessoas que eu podia falar, eu falava (que gostava de meninas). Eu gostava de falar. As meninas achavam curioso. Eu contava algumas fofocas para ela, elas ficaram curiosas e me apoiavam. A pressão era dos adultos em volta. Alguém me chamou de sapatão ali no ambiente do camarim. E tinha um produtor que disse: 'você nunca mais repita isso aqui'. E era uma pessoa que foi abusiva moralmente comigo durante todo o meu percurso, que me chamava atenção e falava: 'você tem que se vestir igual às meninas'. 'Você está muito desleixada'. Era coisa que chegava em mim, tipo: 'Ah, as meninas precisam tomar cuidado com a Stephanie, porque ela gosta de meninas'. E aí, o medo de ser julgada, de perder minhas amigas.

Eu estava pronta para falar que eu não era, ali naquele momento, mas, por algum motivo, eu não falei, e acabei ficando 20 anos dentro do armário, depois de tudo isso. E eu vi que eu me reprimi de uma forma muito violente por muitos anos. Era uma metade de mim que eu esqueci. Só que quando eu reencontrei também, veio muito forte. Me senti uma potência muito grande e tenho muito orgulho de dizer hoje que eu sou uma mulher bissexual. Eu sinto que agora eu sou eu."