Médico revela que profissionais cogitaram parar de vez o tratamento de Papa Francisco; sacerdote ficou 40 dias internado
Publicado em 25/03/2025, às 17h11
No último domingo (23), o Papa Francisco recebeu alta do Hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma, após 40 dias internado para tratar um quadro grave de infecção respiratória. Em coletiva de imprensa, o médico Sergio Alfieri revelou que o sacerdote correu sérios riscos de vida no último mês, e os profissionais cogitaram interromper seu tratamento.
Em depoimento, o médico confirmou que Papa teve, pelo menos, duas crises graves de broncoespasmo - ou seja, contração das vias aéreas que dificultam a passagem de ar para os pulmões. “Houve um momento em que tivemos que escolher entre parar e deixá-lo ir ou forçar com todos os medicamentos e terapias possíveis, correndo um risco muito alto de danificar outros órgãos. E no final, seguimos por este caminho”, revelou.
“Pela primeira vez, vi lágrimas nos olhos de algumas pessoas ao seu redor. Pessoas que, como entendi neste período de internação, o amam sinceramente, como um pai. Todos sabíamos que a situação havia piorado ainda mais, e havia o risco de que ele não sobrevivesse”, pontuou.
Ainda segundo o médico, Papa Francisco sempre se manteve consciente de todas as decisões sobre a própria saúde. “Mesmo quando sua condição piorou, ele estava totalmente consciente. Aquela noite foi terrível. Ele sabia, como nós, que talvez não sobrevivesse à noite. Vimos o homem sofrendo”, relembrou. “Realmente achamos que não conseguiríamos”.
Alfieri destacou que o bom humor e cooperação do paciente foram fundamentais para sua boa recuperação, assim como as orações dos fieis. “Posso dizer que, duas vezes, a situação estava perdida e depois aconteceu como um milagre”, falou.
Desde domingo, Francisco está em sua residência em Santa Marta, no Vaticano, onde continuará os tratamentos médicos por pelo menos dois meses. Dentre os cuidados, estão a fisioterapia - especialmente a reabilitação respiratória - e uso de medicamentos.
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