Depois de se assumir de direita, Jojo Todynho tem perdido o apoio de fãs que se questionam sobre o que levou a cantora a se voltar contra pauta LGBTQ+?
Publicado em 07/11/2024, às 12h30 - Atualizado às 12h36
Com seu estilo explosivo e direto, Jojo Todynho está no centro de uma discussão sobre o uso do "pink money", o dinheiro da comunidade LGBTQIA+.
Esse termo descreve o poder de compra significativo que a comunidade LGBTQIA+ e seus aliados têm no mercado. Quando alguém se utiliza do pink money, essa pessoa ou empresa busca explorar essa base de consumidores, muitas vezes sem um compromisso real com as questões que afetam a comunidade. Em vez de apoiar genuinamente causas sociais, algumas marcas ou figuras públicas utilizam essa questão como uma ferramenta de marketing para alavancar sua imagem e aumentar seus lucros, sem contribuir de fato para a igualdade e os direitos dessa comunidade.
Após apagar música "Arrasou Viado" de todas as plataformas difitais, a cantora contou como foi a concepção da melodia: “Quando lançou Que Tiro Foi Esse? foi uma explosão mundial. Sem palavras. Eu fui abraçada por todos, todos. Sem exceção de pessoas, todo mundo me abraçou e eu sou muito grata a isso. Aí surgiu a ideia: poxa, vamos fazer uma música em agradecimento também ao movimento LGBTQIAP+ - não sei pronunciar. E eu, na hora: ‘vambora!’. Aí lançamos Arrasou, Viado”, afirmou.
Depois de ser acusada de uso de pink money, Jojo Todynho, que ficou popularmente conhecida na comunidade LGBTQIA+ por posar com a bandeira do movimento e cantar nas Paradas do Orgulho, respondeu: “Eu, com a bandeira do movimento na mão, pedi respeito. Porque todos nós merecemos respeito. Segunda-feira eu vou pedir para tirar do YouTube o clipe de Arrasou, Viado. Tirar das plataformas digitais também. Porque em momento algum eu quis me aproveitar de comunidade, de bandeira, de ninguém, nunca. Se eu me aproveitasse das pessoas, eu estaria além do que estou hoje”, afirmou em uma sequência de stories nas redes sociais.
Em meio às eleições municipais, Jojo gravou uma live em que afirmou ser “mulher preta e de direita”, o que causou espanto e decepção em grande parte de seus fãs, afinal, ela conquistou toda fama e sucesso pelo poder de repercussão da comunidade LGBTQIA+. Diversas personalidades, artistas e até a políticos se pronunciaram sobre o caso demonstrando decepção com a cantora.
Jojo Todynho tem o direito de se posicionar politicamente como quiser, inclusive à direita, já que o pluralismo político é essencial em uma democracia. No entanto, o que gera críticas é o fato de que, ao adotar uma postura política que muitas vezes não se alinha com as demandas da comunidade LGBTQIA+ e outros movimentos marginalizados, ela se distancia de uma série de pautas sociais que buscam a igualdade e a dignidade desses grupos.
Enquanto muitos artistas de esquerda e aliados da causa levantam bandeiras em favor dos direitos humanos, o posicionamento de Jojo, especialmente quando ela adota discursos conservadores, é visto por alguns como incoerente com sua postura pública anterior de apoio a pautas da comunidade LGBTQIA+. Isso gera a percepção de que ela está utilizando símbolos e lutas sociais como parte de sua imagem pública, mas sem um compromisso real com a causa. Isso é o que muitos chamam de "pink money".
Assim, enquanto ela pode fazer suas escolhas políticas, o desafio é conciliar essas escolhas com a imagem pública que construiu ao longo dos anos, especialmente em relação a questões sociais delicadas e importantes.
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