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Novelas / Tem no Globoplay

Autor já revelou nunca ter visto a própria minissérie, disponível no Globoplay

Minissérie que estreou no Globoplay em dezembro teve bastidores marcados por confronto entre autor e diretor, que queriam caminhos distintos para obra

Eduardo Moscovis viveu protagonista da minissérie - Divulgação/Globo
Eduardo Moscovis viveu protagonista da minissérie - Divulgação/Globo

Em abril de 1994, a Globo estreava a minissérie A Madona de Cedro, obra baseada em romance homônimo de Antônio Callado, que foi adaptada para a televisão pelas mãos do autor Walther Negrão. Com direção de Carlos Manga, a história passou por algumas mudanças narrativas contra a vontade do autor, que já revelou nunca ter visto a própria minissérie. Saiba mais sobre a produção que entrou no catálogo do Globoplay em dezembro.

Divergências nos bastidores

Walther Negrão decidiu fazer uma versão televisiva para o romance de Callado, publicado em 1957, seguindo à risca a narrativa do livro, que contava a história de personagens da década de 1950. Como destaca o jornalista Nilson Xavier, do Teledramaturgia, foi nesse ponto que autor e diretor da adaptação discutiam: enquanto Negrão queria se manter fiel ao texto para dar sentido à personalidade dos personagens, Manga decidiu mudar o período em que a história se passava.

No livro Autores, Histórias da Teledramaturgia, o autor explicou o conflito: "Discordei muito. A história era ambientada em Mariana, ou Ouro Preto, em Minas Gerais, e tinha uns personagens muito ingênuos do início da década de 1950. Carlos Manga quis mudar para 1960, para usar o Beco das Garrafas e a trilha sonora da Bossa Nova. Com isso, os personagens ficaram um pouco imbecilizados. Na década de 1960, estávamos no auge do movimento hippie e aquele sujeito ingênuo da história não se encaixava nessa época".

Segundo Negrão, as interferências impactaram não só o enredo da obra, mas também sua duração."A minissérie deveria ter uns 40 capítulos e acabou ficando com 8", declarou na mesma entrevista e acrescentou que se quer teve desejo de assistir ao resultado final: "Para ser sincero, nem assisti".

Cenários fiéis

Xavier relembra, ainda, que a minissérie foi quase que completamente gravada em externas: o elenco e equipe de 95 pessoas passou pelas cidades de Congonhas, Mariana e Ouro Preto, todas de Minas Gerais.

As belas paisagens, segundo o Teledramaturgia, foram destaques da produção da Globo, bem como a representação do cotidiano dos moradores de cidades históricas, com muitas construções religiosas e recheadas de memória.

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