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Novelas / Em 1970

Novela da Globo foi acusada de plágio há 54 anos após autor 'agradar' os chefes

Primeira novela solo de autor deu problema para a Globo e emissora demitiu o profissional após encrenca na justiça e fracasso de audiência

Parte do elenco de A Próxima Atração - Reprodução/Globo
Parte do elenco de A Próxima Atração - Reprodução/Globo

Em 26 de outubro de 1970, há 54 anos, a Globo estreava A Próxima Atração como sua nova novela da faixa das sete. Primeira trama solo de Walther Negrão na emissora, o folhetim foi acusado de plágio, mas inspirações foram sugeridas ao autor por chefes do canal. Na tentativa de agradar aos superiores, Negrão acabou manchando a carreira com o caso.

Processo na justiça

Como relembra o jornalista Nilson Xavier, do site Teledramaturgia, o autor foi acusado de plágio pelo dramaturgo Hélio Bloch, criador da peça A Úlcera de Ouro, que, segundo ele, era usada de base para a novela da Globo.

De fato, A Próxima Atração tinha alguns elementos semelhantes à obra teatral, mas os motivos não eram os relatados por Bloch. Em defesa, Walther Negrão relatou que a inspiração para a sua novela foi o filme O Cadilac de Ouro (1956, de Richard Quine), que também havia sido usado por Bloch em sua adaptação para os palcos, por isso as semelhanças.

Mesmo com a justificativa, o autor acabou responsabilizado pela cópia: a decisão do processo foi divulgada em 1974, quando Negrão não passava por um bom momento na sua carreira de autor. Ele escrevia a novela Supermanoela, também para a Globo, e acabou demitido após render à emissora uma multa para a Bloch e baixa audiência com Supermanoela.

Culpa de terceiros

Apesar de aceitar a decisão judicial e a demissão, Walther Negrão já revelou que a ideia da novela não partiu dele, portanto, o suposto plágio não é de fato sua responsabilidade. Como um autor iniciante na carreira solo, ele buscou agradar seus superiores na emissora e, por isso, acabou produzindo a novela como solicitado.

No livro A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo, ele comentou: "Na ânsia de acertar e agradar os chefes (…), aceitei sugestões de temas para desenvolver a novela. Dentre elas, duas pessoas, cujos nomes não vou citar, até porque uma está morta, sugeriram um filme como ponto de partida, O Cadilac de Ouro. Por coincidência, a mesma fonte de inspiração de Hélio Bloch para escrever “A Úlcera de Ouro”. Foi ingenuidade minha, porque as semelhanças apareceram".

Na entrevista, o autor chegou a acrescentar que o dramaturgo deveria ter sido processado por plágio junto com ele. "Quem deveria ter processado era o roteirista do filme. A mim e ao Hélio Bloch", afirmou.

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