Luisa Marilac cria perfil em plataforma de conteúdo adulto após boicote: "Quero ser exemplo"

Luisa Marilac, dona do meme "E houve boatos que eu ainda estava na pior", cansou das retaliações de outras redes sociais e decidiu criar um perfil no OnlyFans. A youtuber sofreu com diversas exigências e "censuras" ao falar sobre sexo no YouTube e agora migrou para a plataforma de conteúdo adulto. À coluna, ela revelou mais detalhes de sua mudança de rota e problemas que enfrentou ao ser uma mulher trans falando sobre um assunto que ainda é um tabu: "Continuar fazendo aquilo que eu sou boicotada de fazer em outros veículos de comunicação".

"O que me motivou foi o boicote do YouTube. Você não poder falar determinadas palavras. Eu, no caso, se eu falo, tem uma dimensão muito grande. Eu tomo puxão de orelha. Tiram o vídeo do alcance. Botam ele vermelho. Enfim, tem esses pequenos problemas ali (...) Então eu migrei para o OnlyFans por isso. Não porque eu estou ali para fazer sexo ou algo parecido. Eu vou falar sobre sexo, que ainda é um tabu nesse país. Que todo mundo faz, consome e tem vergonha de falar (...) Fiquei com medo de boicote e migrei com a intenção de ganhar dinheiro. Vou continuar rindo, me divertindo e brincando, mas ganhando meu matinho também. Não que no YouTube não ganhava, mas ali não podia ficar salvo e tinha muitas restrições e riscos", admitiu.

"Obviamente eu tenho sonhos. Adoraria que entrasse muito dinheiro, realizar meu sonho, comprar minha casa. Mas esse não é o meu intuito. O meu intuito é continuar fazendo aquilo que eu sou boicotada de fazer em outros veículos de comunicação (...) Toda semana eu pretendo fazer uma live com temas diferentes (...) Vou abrir minha vida, meu coração. Minha vida sexual vai ser toda exposta ali. Não vou falar nomes. Literalmente vou abrir meu útero sem tirar a roupa", disparou.

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A criadora de conteúdo ainda falou sobre os desafios de migrar para a plataforma adulta, principalmente por ser uma mulher trans. "Já existe o preconceito em todos os sentidos, porque as pessoas já estão me julgando sem saber aquilo que de verdade é. Hoje em dia, existem programas aí de pessoas famosas que falam cada putaria. Eu só devo falar meia dúzia de merda, eu já quase perco o meu canal, imagina se eu falasse aquela metade? Antigamente eu tinha medo porque tomava punição do YouTube. Agora, se eu falo metade do que esse povo aí fala, eu estava lascada".

"O preconceito é muito maior com pessoas trans. Eu acho que existe uma manipulação por trás disso. Eu não acredito nessa história de algoritmos, não. É impossível. Eu não acredito. Eu não tinha ciência de onde e o alcance que tinham os meus vídeos. E hoje eu tenho essa dimensão. Eu tenho que entender que hoje em dia as crianças estão muito antenadas e eu tenho muito fã de 12, 13 e 15 anos. Por mais que seja um canal para 18 anos, eu entendi que eu tenho que me politizar um pouquinho mais. Eu quero ser um exemplo. Eu quero ser um bom exemplo, por mais que eu seja essa aí mesmo, que fala palavrão, que zoa, brinca. Mas isso daí a gente pode fazer em outros ambientes, como ali no meu OnlyFans, que essas crianças não vão ter acesso", apontou.

"Eu acho que quem gosta de mim, gosta. Quem entender o que eu estou fazendo com certeza vai assistir. Me considero uma coach sexual de todos os lados. Por mais que a mulher seja fonte de inspiração para mim, não de desejo, eu conheço tanto elas, quanto eles. O marido delas", brincou.

Ela ainda esclareceu que seu principal foco não é o financeiro e que já recebeu propostas de casas de apostas e jogos de azar: "Rejeito várias ofertas de joguinho. Ofertas boas de grana. Cada um faz o que quer da sua própria vida. Mas eu jamais venderia jogo para o meu público".