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TV / BREGA & CHIQUE

Autor interferiu em novela após protesto de moradores de bairro paulistano

Brega & Chique, extinta novela de Cassiano Gabus Mendes, deu dor de cabeça para Globo. O autor precisou entrar em ação mais de uma vez para 'salvar' a trama

Adriel Marques
por Adriel Marques
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Publicado em 23/04/2024, às 17h00

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Zilda (Nívea Maria) e Rafaela (Marília Pêra) - (Foto: Reprodução/Memória Globo)
Zilda (Nívea Maria) e Rafaela (Marília Pêra) - (Foto: Reprodução/Memória Globo)

Cassiano Gabus Mendes, autor de Brega & Chique (Globo), interferiu em novela após protesto de moradores de bairro paulistano. O escritor e radialista, pai dos atores Cássio e Tato Gabus Mendes, entrou em uma polêmica grande com os residentes do Itaim Bibi, região de classe média-alta. A revolta aconteceu por conta da personagem Rafaela, uma mulher rica e fútil, interpretada por Marília Pêra. Durante a exibição da trama, a mulher que era casada com Herbert (Jorge Dória) e já morou no Morumbi, empobreceu e teve que se mudar às pressas com os familiares para uma zona mais humilde.

Durante um diálogo novelístico, a ex-ricaça, que teve todos os bens confiscados citou com tom de desprezo o Itaim Bibi e fez piada. Após protestos reais dos moradores, Cassiano escreveu uma cena em que a mãe de Ana Cláudia (Patrícia Pillar) se redimiu, durante um jantar com os parentes. Pêra foi clara, olhando para a câmera: “Eu me enganei! Nós não estávamos mudando para o Itaim Bibi. Quem me dera se nós estivéssemos porque o Itaim Bibi é um bairro que hoje em dia pertence aos Jardins. Nós estamos morando hoje em Vila Custódio. Eu quero que vocês enalteçam o nome de Vila Custódio, prometem?”.

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Achando graça da declaração, os demais colegas de elenco em cena, concordaram na ficção. Depois de alguns capítulos, Maurício (Tato Gabus Mendes) chamou o Itaim de bairro muito chique. Brega & Chique bateu recorde de tretas nos bastidores e com a população que acompanhava a história. Até mesmo briga com secretárias e japoneses a novela comprou. Segundo o Jornal do Brasil, a Associação dos Lojistas da Liberdade, Câmara Júnior Brasil-Japão (JCI Brasil-Japão) e a Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa se reuniram na época para decidir quais medidas seriam adotadas e encaminhadas para o veículo de comunicação. O motivo do imbróglio? Uma fala que problemática que Marília reproduziu.

“Pode ser o leiteiro, o lixeiro, o faxineiro, o tintureiro, mesmo que seja o japonês, o primeiro que me pedir em casamento, eu vou topar!”, disparou Rafaela, quando foi rejeitada por Montenegro (Marco Nanini). A frase foi considerada desrespeitosa pelos telespectadores. Outro estresse envolveu Tarcísio Filho, na pele de um estudante relaxado, que não gostava de cumprir obrigações. As secretárias executivas do Rio de Janeiro repudiaram o comentário feito pelo personagem Teddy: “Secretária do chefe é sempre propriedade particular”.