A cantora é sobrinha de Dolores Duran e já teve a oportunidade de cantar para o U2 e Paul McCartney.
A trajetória que os artistas percorrem até chegar em um álbum pronto e gravado é, muitas vezes, bem desafiadora. Ouvir dezenas referências musicais para achar o seu próprio caminho, não ter certeza de um ou de outro instrumento e por aí vai... Para Izzy Gordon não foi diferente, mesmo tendo a música como algo bem natural em sua família. "Reunir referências em 8 músicas, realmente, foi um desafio, mas a criatividade vence nesses momentos. A verdade é que é difícil achar o repertório, pois a música brasileira é muito rica. E dentro disso, enxergo que essa dificuldade está fazendo eu me tornar cada vez mais compositora", reflete ela, que é sobrinha da Dolores Duran, cantora que morreu em 1959.
Com quase 30 anos de estrada, Izzy trabalhou muito para o lançamento do seu quarto disco, Pra Vida Inteira. Dirigido pelo pianista Rogerio Rochlitz, álbum inspira-se em nomes como Cesar Camargo Mariano, Gal Costa, Aretha Franklin, Ella Fitzgerald, Elis Regina, João Donato e Zimbo Trio. A homenagem é, então, aos grandes músicos, intérpretes, cantoras e clássicos grupos intimistas que fizeram história na cena artística brasileira. “Essa é a minha escola. É onde eu enxergo o meu caminho. O resultado é um trabalho acústico, cheio de suingue, falando sobre amor, paz, resistência e felicidade", revela ela, que trouxe um trio de jazz para as gravações das faixas. "Esse disco surgiu na minha vida diante da vontade/necessidade de gravar um novo trabalho, pois já estava a alguns anos sem gravar e depois de alguns singles, achei as pessoas certas e o repertório. O processo de produção foi uma parceria com Rogério Rochlitz, pianista e produtor musical do álbum. Tive a ideia de gravar com um trio de jazz tradicional (piano, baixo e bateria). Tudo gravado praticamente ao vivo."
Atualmente, Izzy tem focado suas playlists em grandes mulheres da música, como Nina Simone e a brasileira Elza Soares. "A importância de trazer músicas sobre o poder feminino forte é que a mulher vai mudar o mundo e principalmente essa eleição. Estamos lutando fortemente por tudo, queremos participar das grandes decisões do país e ainda com o poder revolucionário da música me sinto ativa, fazendo parte de um grande momento do país", opina. Pra ela, o papel do artista é elucidar, conscientizar as pessoas. "Nós temos que fazer as pessoas saírem da alienação e passividade. Fazer pensar, se aprofundar e, enfim, escolher o melhor pra vida", finaliza ela.