"Mudamos de casa na mesma cidade por falta de dinheiro quase 20 vezes", contou o humorista
Nesta quarta-feira (3), Whindersson Nunes postou nas redes sociais uma foto dos pais, Hidelbrando Sousa Batista e Valdenice Nunes, em uma praia em Cartagena, na Colômbia. Na legenda, o humorista homenageou os dois e fez um emocionante relato sobre sua vida antes da fama, quando ele e sua família não tinham dinheiro e moravam no Piauí. Confira:
"Meus dois irmãos estudavam a mesma série, mas um tinha que estudar de manhã e outro à tarde porque só tinham um tênis, um lápis e um caderno. Quando um chegava, tirava a roupa e a mochila e dava pro outro... Quando meus pais casaram a casa tinha uma cama de solteiro e uma mesa com duas cadeiras. Mudamos de casa na mesma cidade por falta de dinheiro quase 20 vezes. Demitiram meu pai da prefeitura quando a oposição ganhou. Quando mudamos de cidade pra tentar uma vida eu perguntava 'Pai, por que vou deixar meus amigos mais uma vez?', e lá vamos nós mais uma vez do zero. Desempregado, 4 filhos, comprou um barraco que a gente dormia com medo do teto cair em cima da gente, fez um empréstimo de mil e poucos reais e comprou uma moto. Minha mãe endoidou perguntando como ele ia pagar a moto.. passou numa farmácia, comprou remédios, me botou na garupa da moto e fomos pro interior vender a quem não conseguia ir na cidade. Remédios pra dor de cabeça, nos ossos, pra tossi... meu pai lia as bulas dos remédios pra aprender, tanto que até eu aprendi. Com 5 anos de idade eu era um farmacêutico kkk O povo dizia a dor e eu corria na moto pegar o remédio... me lembro como se fosse hoje. Fizemos um monte de amigos velhinhos no interior do Piauí, muitos já se foram... Era sofrido, mas nos éramos feliz demais! Hoje, graças a Deus, tenho condição de dar a eles tudo que eles não tiveram, vocês precisavam ver a cara de quando eles viram a cor da água, sorriam que nem menino! 30 anos de casado, de sofrimento, de briga, de beijo e de sorriso, porque ôh povo gaiato da p**ra. E se um dia, que deusulive, nós voltarmos a ser pobres, vamos todo mundo pro mesmo barraco, vender remédio no interior, porque cliente nós vamos ter! Amo vocês demais meus velhinho".