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Xuxa Meneghel sobre Dona Alda: 'Sinto saudades da voz dela, do abraço'

Em coluna publicada em Contigo!, apresentadora falou dos últimos meses ao lado da mãe

Redação Contigo! Publicado em 09/05/2018, às 16h14 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

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Xuxa Meneghel reflete sobre a saudade: 'Cada despedida parece que o mar vem e derruba seu castelinho' - Contigo!
Xuxa Meneghel reflete sobre a saudade: 'Cada despedida parece que o mar vem e derruba seu castelinho' - Contigo!

Hoje eu vou falar de alguns tipos de saudades, a primeira, aquela saudade de algo que você nunca teve, mas seu coração sabe que existe e você fica sempre querendo e imaginando como seria se tivesse essa pessoa ou esse sentimento na sua vida. Eu não sinto mais isso desde que conheci o Ju, mas me lembro que via pessoas em ponto de ônibus se beijando, se abraçando e me perguntava porque eu não tinha um amor assim, sem interesse, completo, que me somasse... Por que aquela pessoa ali naquele ponto de ônibus podia ter e eu não? Sentia saudade de algo que eu não tinha, mas sabia que existia.

A segunda saudade sinto de algo que já tive e hoje não tenho mais: a voz da minha mãe, o abraço dela, que mesmo ainda estando perto de mim eu não tenho mais... Sinto saudades DELA, mesmo ainda do meu lado, mas apenas respirando. Essa saudade parece ser uma das piores, até que um dia vi minha filha indo morar fora, para estudar e pensei assim: "É o melhor pra ela", mas a verdade é que dói muito (outra saudade). 

Cada despedida parece que o mar vem e derruba seu castelinho na areia, parece que o ar falta, parece que o som fica fraco, que a paisagem fica sem cor, que o dia de sol é frio e que o frio dói os ossos. Essa saudade é quase um piano apertando seu peito, aí eu me apego no Ju, que está sempre disposto a me acarinhar, cantar, abraçar, beijar, me ouvir, me olhar com o olhar mais carinhoso do mundo e me pergunto: "Como seria minha vida sem esse amor que me abraça sem sufocar?".

Porque a saudade sufoca, a falta da minha Aldinha é algo que nunca imaginei que conseguiria suportar, a ida da minha filha pro mundo e a síndrome do ninho vazio ia me enlouquecer, mas tudo ficou mais leve, mais suportável porque tenho alguém pra me segurar e literalmente me erguer, pois sempre disse que minha mãe era meu chão e minha filha meu ar e hoje eu me vejo sem elas e ainda assim consigo levantar, trabalhar e viver.

Essas saudades me fortalecem, me fazem ficar madura, ganhar experiência a cada dia, mas tudo fica mais leve porque tenho o Ju para me apoiar. Espero que vocês, que tenham suas saudades distintas das minhas, tenham também seus "Jus" por perto, pois, assim, no final do dia, vocês terão vivido e não sobrevivido a mais um dia.

Coluna publicada em CONTIGO! na edição 2190 de 11 de setembro de 2017