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Cinema / ENTREVISTA

Carol Faxas mergulha no terror em produção autoral e declara: ‘Precisei produzir minhas oportunidades’

Em entrevista à Contigo!, Carol Faxas compartilha experiências em seu primeiro curta como atriz e produtora e reflete sobre poder transformador da arte

Carol Faixa caracterizada para o curta de terror - Divulgação
Carol Faixa caracterizada para o curta de terror - Divulgação

Com 24 anos, a carioca Carol Faxas trilha um caminho promissor no mundo das artes e possui um currículo com diversas peças, participação em novelas como No Tempo do Imperador e Um Lugar ao Sol, além de obras para o cinema. Na última delas, o curta A Bruxa do Arco do Teles, a atriz experienciou também a ocupação de produtora e idealizadora do projeto. Em entrevista à Contigo!, ela comenta sobre mergulhar no terror na obra e declara: “Precisei produzir minhas oportunidades”.

Novas experiências

No curta de terror, Carol viveu pela primeira vez a função de produtora executiva de uma obra. “Foi tudo muito desafiador, por estar estreando nessa função tão complexa. Eu e o meu sócio e diretor (genial) do filme Alan Alves, acumulamos algumas funções pela alegria de querer fazer parte de tudo. Deu tudo certo, claro, mas foi bem difícil em alguns momentos”, revela.

Como a principal personagem do filme, que nomeia o curta, a intérprete precisou mediar as duas tarefas: “Num set com tantas situações adversas, eu precisava desligar a mente da produtora Carol Faxas enquanto estava como Carol Faxas atriz”, diz.

A necessidade se deu, principalmente, pela complexidade da personagem — fruto de uma antiga lenda no Rio de Janeiro sobre uma prostituta —, que apresenta duas facetas muito distintas na produção. “Temos, sim, duas versões dessa mulher. Uma, seria a versão dela que tentava, em 2024, se manter longe do passado. E a outra, seria a versão em que o monstro dentro dela se solta, e essa versão faz estrago”, comenta sobre a Bruxa.

Mergulho no terror

Para Carol, a oportunidade de se aventurar no terror, um gênero pouco explorado no Brasil, é realmente rara e positiva no audiovisual nacional. “A experiência foi muito divertida, para falar a verdade. Eu só pensava que não sabia quando teria outra oportunidade de fazer uma personagem que me permitisse brincar tanto com o extremo”, conta. 

No processo de montagem da personagem, a atriz utilizou músicas para emergir na energia do papel e evitou lançar julgamentos sob a figura histórica: ”Busquei não me colocar em posição de julgamento dessa mulher que de fato existiu, estudei muito, me preparei com o preparador de elenco Sérgio Telles e me diverti demais a cada segundo”.

A intérprete e idealizadora destaca, ainda, a atenção para fugir do trash e entregar uma história com muitas camadas em 20 minutos. “Digamos que estar gravando naquelas vielas de madrugada e num casarão que provavelmente tem uns 200 anos, deixou tudo bem mais realista”, destaca.

Teatro pedagógico 

Carol afirma que “como atriz, para ganhar meu espaço, precisei produzir minhas oportunidades”, e isso se reflete não apenas em produções autorais, mas também em sua participação da companhia Teatro do Ambulante, onde ela auxilia em projetos pedagógicos relacionados com arte na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Hoje falamos em democratização do acesso à cultura, mas ainda é algo distante no presente. O Teatro do Ambulante é teimoso e incansável na luta pelo acesso à arte e à cultura de qualidade. O teatro infantil/pedagógico leva entretenimento com educação para milhares de crianças, falando dos mais diversos”, conclui.

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