Com muita energia e bom humor, Bibi Ferreira cantou sucessos internacionais com vários famosos na plateia, entre eles Antônio Fagundes
A comemoração paulista dos 75 anos de carreira da dama do teatro, Bibi Ferreira, 93, foi no mesmo tom do seu bom humor. Depois de apresentar o show 4XBIBI, no Rio de Janeiro, a cantora subiu ao palco do Tom Brasil, em São Paulo, na noite de sexta-feira (4), e abriu a apresentação com a música Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás, de Raul Seixas (1945-1989), que arrancou muitas risadas dos convidados. “As estreias são quase sempre iguais, pois a responsabilidade é enorme. O que me acompanha é o entusiasmo, ele é maravilhoso, eu tenho uma vontade de fazer as coisas com muito amor. E é esse entusiasmo que me faz estar sempre bem disposta no palco, com 90 e tantos anos. Eu trabalho muito, com um amor muito grande”, disse ela, que escolheu um longo verde vibrante para apresentar um repertório recheado de clássicos, com sucessos de quatro personalidades da música: a cantora Amália Rodrigues (1920-1999), Carlos Gardel (1890 -1935), Frank Sinatra (1915-1998), finalizando com as canções de Edith Piaf (1915-1963). Entre os fãs na plateia estavam os atores Antônio Fagundes, 66, que foi com a namorada, Alexandra Martins, 33, Ana Lúcia Torre, 70, Françoise Forton, 58, Guilherme Leme, 54, e Mayara Magri, 53. “Eu começo a chorar na primeira nota e vou assim até o fim. Bibi é extraordinária, eu faço questão de ver todos os shows dela que tenho oportunidade. Se ela faz algo, eu dou um jeito de vir, pois ela é insuperável em tudo que ela faz, é difícil escolher um repertório específico”, exaltou Fagundes, que é um dos protagonistas da novela Velho Chico, da Rede Globo.
“Quem tem 75 anos de carreira, hoje em dia? Ninguém, ela é única. Sou empolgadíssima com Bibi, uma mulher fascinante, que aos 93 usa um decote que vai até a cintura! Ela é uma mulher à frente do seu tempo. Tive a honra de ter sido dirigida por ela, numa peça do Ferreira Gullar. Então, onde Bibi está e que eu possa estar, eu bato ponto. Quando ela fez Piaf e Bibi Canta Sinatra, foram paixões logo no primeiro acorde. Fantástica!”, revelou Ana Lúcia.
Histórias e desafios
Ao longo do show, Nilson Raman, 50, empresário e amigo da cantora, fez o papel de mestre de cerimônias e contou o histórico por traz de cada escolha de música. “É legal poder proporcionar isso ao público. São tantas passagens e curiosidades que não poderíamos deixar isso de fora do show”, disse. Depois de uma performance impecável, Bibi contou, nos bastidores, os segredos para manter a energia no palco. “Quando eu saio de cena, eu gosto de tomar um copo de água misturado com açúcar, sentada, para acalmar. Antes, não faço exercícios, apenas como uma banana, para sentir que tenho algo no estômago e que me dá energia, e tomo uma xícara pequena de café com açúcar e um pouco de manteiga para suavizar as cordas vocais”, conclui Bibi, que deve se apresentar em Nova York, cantando Sinatra, em setembro.
Este, segundo ela mesma, será um dos maiores desafios da carreira. “Cantar em Nova York é muita responsabilidade. Mas penso que preciso estar à vontade, como fico aqui ou no Rio de Janeiro, para encarar a plateia de lá. Já cantei duas vezes lá, mas desta vez é diferente, pois é o repertório de Sinatra. Isso me impulsiona, pois eu vivo de desafios. Minha vida tem sido apenas de desafios e cantar Sinatra em Nova York talvez seja o maior de todos, na minha opinião.”