Padre Júlio Lancellotti enfrenta novas ameaças, mas isso não é novidade; relembre episódios que marcaram sua trajetória de resistência do religioso
Padre Julio Lancellotti, reconhecido por sua atuação em defesa das pessoas em situação de rua, voltou a ser alvo de ameaças. Desta vez, uma apresentadora da TV Canção Nova trouxe novas acusações, mas essa não é a primeira vez que o religioso enfrenta intimidações. Qual o histórico de perseguições contra ele?
Há anos o Padre Julio Lancellotti acumula relatos de ameaças e violência. Entre os casos mais marcantes, se destaca uma ação violenta da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo de 2018.
Na ocasião, o padre relatou ter sido agredido com spray de pimenta, balas de borracha e até cuspidas durante uma abordagem contra pessoas em situação de rua. "Fui xingado, empurrado e ameaçado por defender os pobres", disse ele.
Já em 2019, o cenário foi outro, mas o sentimento de intimidação persistiu. Publicações em uma página no Facebook divulgaram fotos e o endereço da residência do padre, incitando violência. Lancellotti denunciou a situação, ressaltando que o ataque era motivado por seu trabalho junto aos mais vulneráveis.
Em 2020, ameaças de morte surgiram diretamente de abordagens policiais. Durante uma ação da PM, jovens em situação de rua relataram ter ouvido recados intimidatórios direcionados ao padre.
"Sua hora vai chegar", teriam dito os policiais. A situação gerou grande repercussão nas redes sociais, com o apoio de milhares ao trabalho do religioso.
Além disso, novas mensagens ofensivas foram divulgadas. Entre xingamentos e incitações de violência, uma delas acusava o padre de usar sua posição para fins políticos.
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A perseguição ao Padre Julio tomou novo rumo com o envolvimento do Movimento Brasil Livre (MBL). O grupo criticou abertamente suas ações e sugeriu uma CPI para investigar ONGs ligadas ao trabalho do padre na Cracolândia. Mesmo sem provas de irregularidades, a campanha gerou grande polêmica e novos ataques.
Recentemente, a apresentadora Angela Menezes, da emissora religiosa TV Canção Nova, direcionou críticas ao padre, reacendendo debates sobre intolerância e perseguição religiosa. O religioso expôs a tal apresentadora e os ataques que vem sofrendo.
"Não conheço essa senhora que me ataca de maneira violenta. Nunca fiz qualquer referência a ela e a seus amigos. E ela, pra defender alguns deles, me ofende de maneira desumana",desabafou o religioso.
Apesar de anos enfrentando ameaças, Padre Julio permanece firme em sua missão. Por meio da Pastoral do Povo de Rua, ele continua oferecendo ajuda a quem mais precisa, mesmo diante de constantes intimidações.
"Meu trabalho é com aqueles que a sociedade esqueceu, e isso incomoda", afirma o religioso em entrevista, reforçando seu compromisso com os direitos humanos.
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