A atriz Aisha Jambo, a Sabina de 'Alma Gêmea', vive uma dos melhores momentos de sua carreira, mas ainda sente o impacto de seus antigos trabalhos
A atriz Aisha Jambo, conhecida por seu talento e beleza, está novamente em destaque com a reprise da novela 'Alma Gêmea' no Vale a Pena Ver de Novo, da Globo. Aos 38 anos, Aisha reflete sobre sua trajetória e compartilha detalhes de seus novos projetos, incluindo o polêmico espetáculo A Desmontagem da Escravidão, que promete dar o que falar.
Em entrevista exclusiva para Contigo!, a atriz revela suas impressões sobre a reprise da novela, comenta sobre o impacto de suas personagens e fala do novo espetáculo que aborda de maneira provocadora a história da resistência negra.
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A novela 'Alma Gêmea', exibida originalmente em 2005, marcou a carreira de Aisha Jambo, que interpretou a personagem Sabina, assistente do terapeuta Julian (Felipe Camargo). A reprise tem gerado grande repercussão, e Aisha não esconde a emoção ao revisitar esse trabalho.
"Estou me sentindo no universo afrofuturista com a reexibição. Eu agradeço a combinação perfeita: Walcyr Carrasco no roteiro genial e Jorge Fernando na direção. Jorge foi um artista totalmente ligado às artes, ao teatro, e isso transparece na obra e explica o sucesso da novela. Ele não está mais entre nós, mas devemos reverenciar sempre esse mestre da dramaturgia brasileira", comenta a atriz.
Aisha também reflete sobre o impacto de suas personagens, especialmente Sabina e Naomi, de 'Malhação'. "Assim como em 'Malhação', em 'Alma Gêmea' a personagem impactou o público pela sua altivez, espiritualidade e estética diferente, com o uso de turbantes. Na história, a representatividade é uma questão da construção da estrutura do roteiro e que não é isolado, eu faço parte das tramas centrais e tenho um peso no roteiro", destaca Aisha.
Para quem não lembra, além de assistente de Julian, Sabina era uma princesa de linhagem nobre da Martinica, no Caribe. Aisha acredita que esse ponto teve seus prós e contras, já que apesar de ser uma personagem importante, teve pouca relevância na trama.
"Quando o negro não é representado de forma estereotipada e é bem-sucedido, isso satisfaz o ego da comunidade negra, mas também o personagem não tem nenhum peso na história", declarou Aisha, citando uma frase da atriz Léa Garcia.
Ela continua: "No contraditório desse 'status quo', eu consigo resolver essas duas equações com uma personagem bem sucedida e que tem peso na narrativa. E hoje percebo isso, que na época da novela eu não tinha percebido. Algo que mesmo com as chamadas narrativas negras a gente não vê acontecendo com frequência."
Paralelamente à reprise de 'Alma Gêmea', Aisha Jambo está envolvida em um projeto ousado e repleto de significado: o espetáculo A Desmontagem da Escravidão. A peça, que fará apresentações gratuitas no Rio de Janeiro, nos dias 27 e 29 de agosto, busca resgatar a resistência quilombola e transformar a história da população negra.
Sobre o novo desafio, Aisha se diz entusiasmada: "É uma alegria integrar um espetáculo que bebe na fonte do teatro popular e mistura linguagens artísticas. Através da ótica de personagens como uma Rainha e um Rei negros, revisitamos o período da escravidão, honrando os passos dos nossos ancestrais e buscando construir o presente e o futuro com dignidade e valorização de nossa memória".
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