Irani Pinheiro, viúva de Maguila fala sobre os últimos momentos do ex-lutador, e como lidava com a doença do marido
Publicado em 24/10/2024, às 20h00
Nesta quinta-feira (24), faleceu o ex-lutador José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila, aos 66 anos. Sua esposa, Irani Pinheiro, detalhou os últimos momentos do pugilista, que lutava contra a Encefalopatia Traumática Crônica (ETC), doença degenerativa comum em lutadores.
Irani relembrou as dificuldades enfrentadas durante a doença de Maguila, marcada por surtos e agressividade.“Num surto psicótico, porque só quem sabe e [tem alguém] com Alzheimer, doença mental, [sabe] que eles surtam, agridem… o Maguila era agressivo”, afirmou ela em entrevista ao Balanço Geral da Record, destacando a resiliência e o amor que marcaram os cuidados com o marido.
“A gente procurava entender a doença dele. Ficaria mais fácil eu separar, mas estive do lado [dele na fase] mais difícil, decidi cuidar”, disse.
Irani explicou que conviver com a ETC de Maguila exigiu força espiritual. “O cuidado não vem da gente, vem de Deus. Porque é Deus quem dá força pra gente caminhar e cuidar das pessoas”, disse ela. Apesar dos desafios, Irani manteve-se firme, reafirmando que tomou a decisão certa ao cuidar do marido até o final.
“Eu não dormiria em paz se eu não tivesse cuidado [do Maguila]. Mas, eu estou em paz, porque fiz o meu melhor. A única coisa que eu tenho dentre de mim é saber que eu fiz o bem e fiquei bem. Eu tenho que justificar é pra Deus, não pra ninguém”.
O casal, que se casou quando Irani tinha 17 anos, enfrentou questionamentos sobre suas intenções no início, mas ela garantiu que fez o que achava correto. "Eu fiz o bem e estou em paz com isso", concluiu, relembrando a dedicação ao ex-lutador.
Boxeador Maguila morre aos 66 anos. O lutador tratava uma Encefalopatia Traumática Crônica e a morte foi confirmada pela esposa, Irani. pic.twitter.com/wF55JvXjvM
— Band Jornalismo (@BandJornalismo) October 24, 2024
O ex-boxeador Maguila faleceu, nesta quinta-feira (24), aos 66 anos de idade. Nos últimos anos, estava internado lutando contra uma demência pugilística, doença também conhecida como encefalopatia traumática crônica (ETC).
Após a notícia de sua morte, reportagem revelando que o ex-atleta gostaria de doar seu cérebro para estudos voltou à tona. No ano de 2018, matéria do site Globo Esporte informou que Maguila e sua família aceitaram realizar a doação para a Universidade de São Paulo (USP), a fim de aprofundar os estudos científicos sobre demência pugilística.
