A novela começo bem, perdeu a graça no meio, mas fechou seu ciclo com algum charme
A trajetória de O Tempo Não Para foi semelhante à vida de seus protagonistas, os ex-congelados da família Sabino Machado e agregados: feita de altos e baixos. Uma das histórias mais criativas dos últimos tempos, a trama de Mário Teixeira falava sobre os costumes do século retrasado para abordar muitos temas ainda vigentes na era atual, como depredação da natureza, preconceito racial e social, falta de ética... Os capítulos iniciais foram muito divertidos, mostrando a dificuldade dos congelados em se adaptar aos tempos modernos. A ideia de ir descongelando os personagens aos poucos também foi bem bolada porque, assim, o enredo tinha sempre uma novidade para contar. O medo que no ato de que os conflitos se repetissem e se tornassem tediosos não aconteceu e cada novo tipo trazia sua peculiaridade.
Desde o início, personagens como Dom Sabino (Edson Celulari), Marocas (Juliana Paiva), Samuca (Nicolas Prattes), Miss Celine (Maria Eduarda de Carvalho), Elmo (Felipe Simas), Mariacarla (Regiane Alves) e Emílio (João Baldasserini) conquistaram o público e seus atores ofereceram atuais inspiradas. Especialmente Edson, que fez do patriarca dos Sabino Machado o melhor papel de sua longa e vitoriosa carreira. Apesar de turrão, Dom Sabino nunca foi chato e trouxe para os tempos atuais o charme dos homens de uma era que não volta mais. Com o desenrolar do enredo, outros tipos foram seduzindo o espectador, como Agustina (Rosi Campos), Igor (Leo Bahia) e a hilariante dupla Coronela (Solange Couto) e Januza (Bia Montez).
Mas nem tudo foram flores no reino da Freguesia do Ó. Do meio para o final, O Tempo Não Para passou a andar em círculos, a história não andou mais e tudo ficou muito sem graça. A semana final, então, foi a pior. A prisão dos ex-congelados, por conta do tal vírus, foi dramática para o desenvolvimento dos protagonistas. Ficou bem chato! Para o capítulo decisivo parecia que teríamos apenas o uma sequência atrás da outra e aí aconteceu o milagre. O autor brindou sua plateia com ótimas doses de drama, sem perder a leveza. O assassinato de Betina (Cleo) elevou os índices de tensão e a quase morte de Marocas fez muita gente chorar. Já o fim de Lúcio (João Baldasserini) levou a alma de quem já está cansado de tanta impunidade. Destaque ainda para a excelente maquiagem de envelhecimento de Juliana Paiva e para a química da atriz com Nicolas Prattes. Realmente Marocas e Samuca foram feitos um para o outro e a paixão do folhetim floresceu também na vida real e os #Samurocas agora torcem para um final feliz para o #Junic também.