Ela aceita fugir com o safado para Paris, mas desiste em pleno voo, foge do avião e deixa o mané embarcar sozinho
Um trem descarrilado. Essa é a melhor maneira de traduzir a Karola (Deborah Secco), em ‘Segundo Sol’. Pressionada por Laureta (Adriana Esteves) e Remy (Vladimir Brichta) ela reluta em deixar o país, após Beto (Emílio Dantas) acabar com a farsa sobre sua morte. “Ir embora... do Brasil?”, indaga. “Melhor que ficar e ser escorraçada, linchada, apontada na rua como traidora, farsante!”, aconselha Lau. “Você não tem escolha, Karola! É se mandar ou se mandar. E sorte a sua que ainda tem a gente pra lhe ajudar. Nós vamos pra Paris”, completa Remy. “Não... eu não posso fazer isso, não posso deixar Valentim (Danilo Mesquita)”, alega a empresária. “Quer viver sendo chantageada por Rosa (Letícia Colin)? Essa história já deu! Ponha todo esse amor numa caixinha e leve no nécessaire junto com suas maquiagens caras! Se mande com o dinheiro que surrupiou e aí Rosa pode falar o que quiser que você vai tar bem longe! Só eu vou saber onde, e vou sempre lhe visitar, tomar um champanhe com vocês!”, insiste a cafetina. “Tá bom, tá bom... Eu topo... Mas tenho que pegar o dinheiro”, desiste Karola. Decida a fugir com Remy, a bandida vai para casa e é mais uma vez confrontada pelo filho: “Você já fez a transferência da grana toda de volta pra minha conta? Não apareceu no extrato.” Ela tenta despistar o rapaz. “O dinheiro tava aplicado, eu tive que resgatar, mas já fiz a operação toda, deve demorar umas 24 horas até compensar”, mente ela, que abraça ao filho e se emociona de verdade. “Eu te amo, meu filho, te amo acima de tudo, nunca duvide disso, aconteça o que acontecer...”, diz aos prantos. “Tá chorando por que, mãe? Falando essas coisas, parece que vai me perder, tô preocupado com você...”, se assusta o rapaz, que sai encucado.
Assim que o sobrinho deixa o apartamento, Remy ajuda a amante com as malas e os dois partem para o aeroporto. Na sala VIP, tomando champanhe, o safado comemora: “Tô adorando viajar de primeira classe, minha gata! Olhe pra isso! Tem até salgadinho pra gente comer! Rico é que sabe viver!” Karola, é claro, debocha: “Deixe de ser caipira, Remy!”. Para piorar a angústia da vilã, ela ouve duas senhoras defendendo a atitude de Beto e fica ainda mais em dúvida em relação à viagem. A pá de cal vem quando ela ouve na televisão uma reportagem sobre a vida de Beto Falcão vai virar filme em Hollywood. “Você ouviu isso? Eu não ouvi isso... Me diga que eu não ouvi o que ouvi, Remy! Vão fazer um filme em Hollywood e eu vou ficar mal na fita, é isso? Vão dizer que eu roubei o dinheiro de Beto? Que fugi com o irmão e ex-empresário dele, meu amante?? Eu vou ser a bruxa da história? E aquela marisqueira maldita vai ser a heroína? Eu não posso deixar isso acontecer!!”, se descabela. “Não surta! Já era, Karola, segure sua onda que já tá me dando nos nervos. Nós somos os bandidos, Karola!”, grita Remy. Ele arrasta a amante até o avião, mas ela não para de chorar. “Eu vou retocar minha maquiagem que devo tá parecendo uma palhaça...”, disfarça ela, que pega a sua bola e sai em direção ao banheiro da aeronave. Remy bota o fone de ouvido e se refastela na poltrona. Karola anda tensa pelo corredor, olhando pra trás. Ela certifica-se de que Remy não está a vendo e escapa pela porta da frente. Já Remy pede mais champanhe e sente o avião se mexendo. “O que é que tá havendo?”, pergunta. “O avião já começou a taxiar”, responde a aeromoça.
Ele tenta ligar para Karola, mas o celular dela está na poltrona ao lado. “Onde é que essa maluca foi?”, surta ele, que abre seu cinto, se levanta, anda pelo corredor até os banheiros da frente, abre a primeira porta, ninguém lá. procurando por a amada por toda parte até que é contigo por dois comissários de bordo e colocado à força em sua cadeira. “Eu quero descer, me deixe descer”, berra histérico. Enquanto isso, Karola, sozinha, maquiagem borrada, tomando uma água, só com sua bolsa, sem sua bagagem, ela diz a si mesma: “Remy! Me perdoe! Eu não posso fazer isso com meu filho... Boa viagem, Remy...”, fala a safada, que volta para casa como se nada tivesse acontecido. “Eu achei que você tivesse ido embora, sumido, fugido... Seu armário tá quase vazio... seu celular só dava desligado...”, reclama Valentim, ao lado de Rosa. “Eu doei... levei a maioria pra uma obra beneficente, fui justamente fazer isso... quero levar uma vida mais simples, a vida tá me ensinando muita coisa... Desapego, meu filho, desapego!!! Venha cá, meu amorzinho, você tá tremendo...”. Que tremenda cara de pau!