Aos 97, Almira de Souza relata perrengues que enfrentou durante a enchente no Rio Grande do Sul
A água começou a baixar no Rio Grande do Sul e tem revelado um cenário de destruição nesta semana. Durante a enchente, Almira de Souza Schultz (97) não quis abandonar o apartamento onde mora em Porto Alegre, Capital do estado, após alertas das autoridades de segurança.
De acordo com informações do UOL, a enchente invadiu o prédio localizado a 500 m do Guaíba, e foi desocupado pela maioria das famílias que vivem no local. Apenas 15 apartamentos de 96 continuaram abertos.
Janice Schultz (64), filha de Almira, mora com a mãe no imóvel e fez de tudo para convencer a idosa a abandonar o prédio. A mulher teve medo de que o edifício sofresse danos na estrutura. Mesmo explicando para a matriarca sobre os riscos, a recusa em ir para outro lugar prevaleceu.
Durante as quase três semanas em que a cidade sofreu com o desastre climático, a aposentada ficou sem energia e água encanada. Para passar os dias, ela usou velas e se atualizou das notícias com um rádio de pilha
"Não fiquei com medo de nada, eu rezo muito. Nunca vou deixar o prédio. Só saio daqui quando eu morrer. Quando a água acabou, eu passava perfume", conta a senhora em entrevista à publicação. Ela mora no imóvel há 50 anos.
Na tarde desta segunda-feira, 20, a Defesa Civil divulgou novo boletim. O número de mortes decorrentes das chuvas e cheias chegou a 157. Ainda 85 pessoas estão desaparecidas e 806 ficaram feridas. O número de pessoas que perderam tudo, estão em abrigos ou desalojados está em 657,8 mil.