Homem é condenado à prisão após criar "culto" e cometer diversos crimes na faculdade da própria filha
Publicado em 14/11/2024, às 11h41
A história de Larry Ray tornou-se conhecida em 2019, quando uma reportagem da New York Magazine trouxe à tona a “seita” criada pelo homem na faculdade da própria filha. Em abril de 2022, Ray foi acusado por 15 crimes, incluindo trabalhos forçados, tráfico sexual, extorsão e conspiração.
Larry Ray casou-se, em 1988, com uma mulher chamada Teresa, com quem teve uma filha, Talia. Em 2004, Teresa pediu o divórcio e Ray acusou a ex-esposa de abuso infantil, fato que causou problemas na batalha pela custódia da filha.
O que não se sabia até então era que, na verdade, Larry Ray era um golpista. Aos 20 anos, começou a trabalhar em Wall Street, mesmo sem diploma universitário, e mentia sobre seu histórico profissional. O homem possuía condenações anteriores na justiça, incluindo violência doméstica, mas foi solto em 2010.
Segundo avaliação psicológica de Larry Ray, divulgada pela reportagem que o denunciou, “ele era capaz de manipular e controlar quase qualquer situação em que se encontre”.
Após sua liberdade, no ano de 2010, Larry Ray não tinha onde morar. Por isso, hospedou-se no sofá do dormitório de sua filha, Talia, no Sarah Lawrence College, sua universidade. Na ocasião, a filha dividia o quarto com outras garotas, que concordaram em acolher Larry. Em poucos dias, já teria conquistado a amizade e confiança das colegas de quarto de Talia.
Rapidamente, Larry passou a controlar todo o apartamento, determinando até mesmo o que as garotas comiam e onde poderiam ir. Conforme o tempo foi passando, o homem promovia “sessões de terapia” com estudantes do local, que se tornaram uma verdadeira lavagem cerebral.
A popularidade de Larry tornou-se tão grande que ele criou um movimento chamado 'Culto Sarah Lawrence'. Nele, forçava as vítimas a realizarem trabalhos manuais e prostituição, a fim de pagarem uma “compensação” para ele.
O culto envolvia tráfico sexual, extorsão de dinheiro, e uma série de abusos físicos e psicológicos. Larry mantinha o controle das jovens pela privação de sono e chantagens com filmagens de atos sexuais que realizaram com ele.
“O mal dele nos definhou. Sinto-me profundamente violada de uma forma que não consigo comunicar totalmente”, declarou Claudia Drury, uma das vítimas de Larry, ao Daily Mail.
O caso chegou ao fim quando uma jovem chamada Raven, amiga de Claudia Drury, descobriu as chantagens do criminoso e entrou em contato com a New York Magazine. A matéria foi publicada e Ray investigado.
No ano de 2020, Larry foi preso por conspiração para extorsão, crime violento em auxílio à extorsão, tráfico sexual, trabalho forçado, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Em 2023, ele foi condenado a 60 anos de prisão.