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Novelas / Em 2016

Há nove anos, primeira cena de sexo entre homens foi ao ar na TV aberta com novela da Globo

Novela da Globo foi alvo de críticas de entidades religiosas por exibir a primeira cena de sexo com casal gay na televisão brasileira

Cena de Liberdade Liberdade - Reprodução/Globo
Cena de Liberdade Liberdade - Reprodução/Globo

Em 11 de abril de 2016, há nove anos, a Globo estreava Liberdade Liberdade como nova novela do horário das 23h. Focada na história de Joaquina (Mel Maia/Andreia Horta), filha de Tiradentes (Thiago Lacerda), o folhetim exibiu a primeira cena de sexo gay na TV aberta e virou alvo de críticas de setores conservadores da sociedade.

Marco histórico

Como relembra o jornalista Nilson Xavier, do Teledramaturgia, Liberdade Liberdade foi ambientada no Brasil do século XVIII e misturava personagens históricos com ficção para contar a trajetória de Joaquina, filha de Tiradentes. Apesar da ambientação de época, foi um tema contemporâneo que acabou roubando a cena em certo momento da novela: a exibição da primeira cena de sexo entre dois homens na televisão aberta brasileira, um marco histórico e cultural que, segundo Xavier, causou forte repercussão.

A sequência foi ao ar em 12 de julho de 2016, protagonizada pelos personagens André (Caio Blat) e Capitão Tolentino (Ricardo Pereira). O Teledramaturgia destaca que a cena foi filmada com delicadeza e incluiu beijos, carícias e corpos nus, mas sem qualquer apelação.

Mesmo assim, apenas isso foi suficiente para causar alvoroço em parte do público conservador e acender o debate sobre os limites da televisão aberta, mesmo em um horário voltado para o público adulto. 

Antes mesmo de a cena ir ao ar, Xavier resgata a ação de grupos religiosos, que se mobilizavam contra a exibição: a chamada Bancada Evangélica na Câmara dos Deputados lançou críticas públicas e pressionou a emissora, classificando a sequência como um “ataque aos valores da família”. Entidades religiosas organizaram protestos e campanhas online, enquanto algumas lideranças chegaram a convocar passeatas pedindo o boicote à novela.

Bastidores conturbados

A produção de Liberdade Liberdade não foi marcada apenas pelo pioneirismo na tela, mas também por uma série de mudanças nos bastidores. Originalmente escrita por Márcia Prates, a novela era baseada no livro Joaquina, Filha do Tiradentes, de Maria José de Queiroz. Xavier conta que essa seria a primeira novela solo da autora, mas Márcia acabou sendo afastada ainda no início, por decisão da Globo, que alegou “problemas artísticos e históricos” nos primeiros capítulos entregues.

A substituição foi conturbada: Euclydes Marinho, que inicialmente supervisionava o projeto, também foi dispensado. Em seguida, Glória Perez assumiu brevemente, mas saiu para se dedicar à sua próxima novela. O cargo de autor principal ficou então com Mário Teixeira, que assumiu a reescrita e conduziu a produção até o fim.

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