A história da personagem Fátima em 'Mania de Você' tem chamado atenção de especialistas ao retratar situações vividas por muitas mulheres; entenda
Publicado em 02/11/2024, às 13h00
A novela Mania de Você tem gerado discussões importantes ao retratar a dolorosa trajetória de Fátima, interpretada por Mariana Santos, uma mulher que vive um relacionamento marcado pelo abuso emocional e pelo machismo.
Na trama, seu parceiro, Robson (Eriberto Leão), frequentemente a desvaloriza e subjulga, criando um ambiente de baixa autoestima e restrição de liberdade, uma situação que, infelizmente, muitas mulheres enfrentam na vida real.
Em entrevista a Contigo!, especialistas analisam o a história da personagem e o retrato de situações reais que muitas mulheres enfrentam. "Novelas têm um alcance vasto e são capazes de abordar questões complexas de maneira acessível, promovendo reflexões e identificações. A personagem Fátima, por exemplo, simboliza uma realidade vivida por muitas mulheres e, ao expor sua luta, a novela se torna um canal poderoso para estimular o público a reconhecer sinais de abuso emocional e psicológico", afirmou a psicóloga Marília Scabora.
No entanto, Marília alerta que é fundamental que essas histórias sejam contadas com cuidado para não reforçar estereótipos, os personagens precisam ser retratados com profundidade e humanidade. O homem abusivo, por exemplo, pode ser mostrado como uma figura multifacetada, evitando caricaturas, o que ajuda o público a reconhecer que esse tipo de comportamento pode vir de qualquer pessoa.
Além disso, cenas intensas de abuso emocional devem ser mostradas com cautela para não gerar gatilhos em mulheres que já passaram ou passam por situações semelhantes. "Algumas novelas incluem mensagens de apoio e informações sobre onde buscar ajuda, o que é fundamental para que o tema seja tratado com responsabilidade", orientou a psicóloga.
Também em entrevista a Contigo!, a advogada Gabriela Locks, avalia a importância de expor e retratar a realidade do tema em novelas. Segundo ela, essas temáticas ajudam a expor o que, muitas vezes, é escondido no cotidiano.
"Mostrar o impacto emocional desses abusos, os comportamentos tóxicos do agressor e as consequências psicológicas para a vítima pode fazer com que as pessoas reconheçam esses sinais em suas próprias vidas ou em seu entorno", explicou ela, destacando que o reconhecimento é o primeiro passo.
Locks ressalta que para mulheres que vivem essa realidade, ver suas experiências representadas pode ser um alívio ao perceber que não estão sozinhas, enquanto para quem ainda não entende a gravidade desses abusos, essas tramas podem ser uma forma de educação.
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