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Gabi Yoon conquista espaço no audiovisual e revela desafios de uma atriz amarela

Em entrevista à Contigo!, Gabi Yoon comenta sobre o trabalho na série de humor Tem que Suar e fala sobre a representatividade amarela no Brasil

Gabi Yoon participou do programa Canta Comigo e conquistou 76 jurados - ALP Studio
Gabi Yoon participou do programa Canta Comigo e conquistou 76 jurados - ALP Studio

Com uma trajetória artística que passa pela atuação, dança, canto, dublagem e composição, Gabi Yoon é uma multiartista que está se destacando na indústria e na representatividade amarela no Brasil. Em entrevista à Contigo!, Gabi destacou a conquista de espaço no audiovisual com seus últimos trabalhos e revelou desafios de uma atriz amarela no país.

A artista, destaque na última temporada de Tem que Suar, série de humor do Multishow, vê a oportunidade como um grande presente e destaca: "Não só por entrar no elenco principal pela
primeira vez, mas também por ser uma grande sorte fazer parte de uma equipe tão incrível. Estive ao lado de atores tão experientes e cada um é como uma escola para mim".

Na produção, ela trabalha ao lado de nomes como Marcelo Serrado, HeloísaPérissé, RobsonNunes, MariArmellini, MarceloLaham, IsabelleMarques, VítordiCastro e MarySheila, todos descritos por Gabi como "um amor". Para a atriz, a sua escalação não é a única que contribui para um elenco mais diverso e representativo: "Sempre falo que cada um deles é uma escola para mim, de tão diverso que é o corpo do elenco, de tão diverso o contexto e o background de cada um deles", diz.

A intérprete conta que a relação com o humor surgiu por acaso e ela não pensava muito na possibilidade de se destacar na área. "Não imaginei que as portas fossem abrir para mim no humor, nem ao lado de tantas pessoas incríveis e queridas a esse nível. Na verdade, quando era menor e sonhava sem limites, pensei em algum momento que poderia fazer parte de uma série de comédia, algum sitcom, só não imaginava que seria com essa plateia, no Multishow", compartilha.

Para a pequena Gabi, que "sonhava sem limites", ser uma atriz amarela não Brasil não seria algo que apresentaria dificuldade, mas a Gabi adulta, ao buscar oportunidades na área, sentiu medo. 

"Quando o sonho de ser artista começou a se tornar realidade, comecei a me questionar: será que terei oportunidade de audição? Será que terei um lugar como atriz amarela? Será que teria
um papel para mim? Então, acho que o grande desafio é esse. No início, não existia nenhum
papel para mim pelo fato de ser amarela", revela.

Alguns anos depois, a atriz percebe que existe um movimento de mudança: "Existem muito
mais papéis diversificados para esse tipo de elenco e, às vezes, a questão racial não é uma
questão para conseguir um papel. Podia ser qualquer etnia e está lá uma pessoa amarela
interpretando maravilhosamente".

Esse tipo de oportunidade é um dos motivadores de Gabi na carreira. "Isso me dá muito mais esperança e muito ânimo de conquistar ainda mais espaço no audiovisual, independentemente da minha ascendência", reflete.

Gabi, que já trabalhou em um projeto da cineasta Paula Kim como parte da coordenação da equipe bilíngue, interpretação e relações institucionais com a Coreia do Sul, revela que, além do protagonismo nas telas, o trabalho por trás das câmeras também precisa ser espaço para profissionais diversos.

"Foi uma produção que já no corpo de criadores tinham pessoas com ascendência amarela. Acho que isso faz total diferença. Não só os criadores, mas a gente tinha pessoas bilíngues e biculturais na equipe de produção. Houve, sim, consultoria de pessoas com expertise linguística. Acho que tudo isso faz a diferença no resultado", afirma. Segundo Gabi, a atenção dos profissionais entregou um trabalho com base na escuta e respeito.

Além das experiências como atriz e parte da equipe de produção, a multiartista também trabalhou na dublagem brasileira de Ji-Young, do programa Vila Sésamo. A primeira personagem asiática do programa nasceu como símbolo e representatividade para combater o preconceito contra asiáticos depois da Covid-19 nos Estados Unidos. "Para mim, é uma honra muito significante, um trabalho que tenho muito carinho e muita esperança", destaca.

"Gosto muito de música, então, ter as músicas na voz da Ji-Young foi uma coisa
maravilhosa e só o fato de imaginar que os meus sobrinhos iam assistir esse programa
ouvindo a minha voz, já me deixava com muita animação e orgulho", compartilha Gabi.

Consumidora da cultura coreana, a artista revela que gostava de assistir K-drama quando estava no colégio, mas hoje não tem tanto tempo. "Consumo de tudo. Às vezes, vou até pelo elenco ou pelo criador e diretor. Adoro os policiais, como Signal. Gosto de drama/suspense, como É Tudo Meu (Mine), que vi pelas duas atrizes (Lee Bo-young e Kim Kim Seo-hyung)", recomenda. 

Na carreira, suas inspirações passam pela atriz Luciana Paes, RodrigoSantoro, as ganhadoras do Oscar MichelleYeoh e EmmaStone, além da atriz coreana YounYuh-jung — que Gabi define como uma "Fernanda Montenegro coreana" —, Claudia Kim, e outros.

"Acabo vendo essas referências que transcendem um pouco os cenários nacionais, pelo fato de eu ser uma estrangeira, bicultural e bilíngue. Assisti algumas entrevistas que me motivaram muito por termos alguns pontos semelhantes", explica.

Para o futuro, a atriz destaca sua participação na web série Trapalhadas do Amor, com Ana Chiyo e Victor Han: "Tem uma pegada k-drama bem clichê e humorada, perfeito para quem gosta desse tipo de conteúdo".