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TV / JOVEM ATOR

Iago Pires se enche de emoção ao falar sobre protagonismo negro em novelas: 'Evoluímos'

Em entrevista à Contigo! Novelas, Iago Pires, de Cidade de Deus: A Luta Não Para, reflete sobre o momento do protagonismo negro no audiovisual brasileiro

Daniel Palomares Publicado em 10/10/2024, às 20h10

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O ator Iago Pires destaca a transformação de sua realidade por meio da carreira - Foto: Lucas Aguiar
O ator Iago Pires destaca a transformação de sua realidade por meio da carreira - Foto: Lucas Aguiar

Cria da Cidade de Deus, o jovem ator Iago Pires, atualmente em destaque na série Cidade de Deus: A Luta Não Para, destaca a transformação de sua realidade por meio da carreira. Em entrevista à Contigo! Novelas, ele conta como foi gravar sua primeira novela e como a sua vida se transformou desde Travessia, trama de Gloria Perez. Além disso, o artista reflete sobre o momento do protagonismo negro no audiovisual brasileiro.

Como foi o seu primeiro contato com a arte e a vontade de ser ator?

A arte sempre esteve muito presente na minha vida, desde criança. A magia da televisão foi algo que sempre me encantou. Confesso que nunca me imaginei fazendo essas artes, sempre tive um sonho como todo menino brasileiro de ser jogador de futebol. O meu primeiro contato com o teatro aconteceu aos meus 10 anos no Instinto Arteiros, lá em 2010. Foi a partir daí que fui me identificando com os palcos, as aulas, a interpretação e me apaixonei por essa profissão que hoje tenho maior orgulho de fazer parte.

Qual a importância do projeto social que te apresentou esse universo?

Hoje estou com 23 anos, já se passaram 14 anos desde que tudo na minha vida mudou. Conheci os arteiros e o teatro, pessoas novas, lugares novos, conceitos e comportamentos. Pude me descobrir e entender as histórias ancestrais do meu passado referentes à minha cor, meu cabelo, meus traços e como ser humano também, ter a minha própria opinião, poder descobri minha vocação, lapidar meu talento e decidir que era isso que eu queria. O Instituto não quer só transformar atores e atrizes, eles querem transformar seres humanos melhores.

Como foi gravar a primeira novela?

Foi uma experiência que me fez querer mais! Travessia foi algo especial. O momento da minha vida,
tudo fez com que a novela fosse um trabalho que jamais irei esquecer! Logo a primeira, na TV Globo, e
escrita pela incrível Gloria Perez. Então, tenho uma enorme gratidão em ter tido a oportunidade de viver
essa experiência magnífica.

Como sente que sua vida se transformou desde Travessia?

A minha vida se transformou de uma forma surreal. Jamais imaginei viver tudo que vivi naquele momento da minha vida, confesso que achei que fosse demorar. Nos planos de Deus, a gente nunca está preparado para receber e, quando chega a hora, precisamos ir se adaptando ao processo e tirando o melhor de qualquer aprendizado. A minha vida eu sinto que a cada dia se transforma. Eu me permito aprender algo novo, me conectar com as pessoas, me cuidar, me informar, estudar e me permitir errar também, porque, na arte, aprendemos que não existe erro, então é importante aprender a lidar com os nossos defeitos.

Sendo você próprio da Cidade de Deus, qual a sensação de agora fazer parte da série que dá sequência a um filme tão importante?

Fazer parte do elenco da série Cidade de Deus é um presente muito especial e ainda sendo daqui, não tem preço. No filme, não tivemos tantas pessoas da Cidade de Deus sendo representadas nos papéis principais. Hoje, a série tem a maior parte do elenco sendo da Cidade de Deus. É como vestir a camisa do seu país e representar sua seleção. É você ter domínio e saber o que está falando porque viemos daqui.

Como percebe esse momento de protagonismo negro no audiovisual brasileiro?

Esse momento tinha que chegar. Já estava passando da hora, depois de tantos mestres que vieram antes e trilharam este caminho, abriram passagem para nós da nova geração, mostrando que é possível, que esse lugar pode ser nosso e que podemos estar onde a gente quiser! Poder ver as principais novelas com protagonistas negros é de encher o peito de emoção e orgulho. Evoluímos, mas a nossa luta é diária. Somos referência para outras pessoas que têm esse sonho de estar onde estamos hoje e fico muito feliz que minhas expirações estão do meu lado em cena, ou em algum trabalho, e que hoje me junto a elas para gerar inspiração para tantos outros artistas negros.

O futebol ainda é uma paixão? Qual o papel do esporte na sua vida atualmente?

Sou flamenguista raiz, tento sempre acompanhar meu time e o futebol brasileiro no geral. Sempre que
dá, jogo um pouco. Os esportes te ensinam lições pra vida. A principal delas é que nem sempre você vai
vencer. Saber lidar com a derrota é entender que faz parte do crescimento e da evolução.

O que sonha para o futuro na carreira?

Quero poder viver tudo que eu sonhar, quero poder cada vez mais aprender e me conectar com a minha arte e poder mostrá-la no audiovisual, nos palcos, na rua... Isso é o que me motiva, é o que me inspira, me transforma. É o que me alimenta. Quero muito mudar de vida, proporcionar o melhor para minha família, ter minha própria casa e visitar o mundo afora. E tudo isso por meio da minha arte! Tudo que estiver ao meu alcance e nos planos de Deus, que eu possa fazer para viver como ator e transformar a vida das pessoas com a minha arte.