Agnaldo Rayol morreu aos 86 anos, após uma queda em sua residência, em São Paulo - Reprodução/Instagram
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Perita analisa caso de Agnaldo Rayol que morreu após queda: 'É necessário ponderar'

Em entrevista à Contigo!, Caroline Daitx diz que a morte de Aguinaldo Rayol expõe fragilidade dos idosos a incidentes que podem levar a complicações fatais

Redação Contigo! Publicado em 05/11/2024, às 20h14

O Brasil se despediu de uma das vozes mais icônicas do País, na última segunda-feira, 4. A morte do cantor Agnaldo Rayol – aos 86 anos, após uma queda em sua residência, em São Paulo – de forma repentina e inesperada, traz à tona a vulnerabilidade dos idosos a quedas e mal súbito. Em entrevista à Contigo!, Caroline Daitx, especialista em medicina legal e perícia médica, explica como o envelhecimento pode contribuir para a ocorrência desse tipo de acidente doméstico, que pode ter consequências graves e até mesmo fatais.

Segundo relatos da família de Rayol, houve uma espera de cerca de 40 minutos para a chegada do SAMU. Embora o cantor tenha chegado ao hospital lúcido e consciente, sua condição se agravou devido ao trauma cranioencefálico sofrido, levando ao óbito.

A morte de Rayol expõe a fragilidade dos idosos a incidentes que, se não atendidos com urgência, podem levar a complicações fatais. De acordo com a médica, quedas entre idosos com traumatismo craniano são uma das principais causas de morte no grupo etário, em grande parte devido à fragilidade física e ao risco de sangramentos internos. "Em idosos, as quedas podem levar a uma piora rápida das condições de saúde, especialmente se não houver um socorro rápido", pontua Daitx, enfatizando a importância do atendimento imediato.

Além dos traumas decorrentes de quedas, ela ressalta outras causas comuns de mal súbito em idosos, como doenças cardiovasculares, incluindo infarto e arritmias, acidente vascular cerebral (AVC) e complicações respiratórias. "É essencial que o idoso receba acompanhamento médico regular e que o acesso aos serviços de emergência seja ágil, especialmente em áreas com difícil acesso a serviços especializados de apoio", reforça.

“No caso de Rayol, embora a queda tenha sido o evento final, é necessário ponderar se houve um mal súbito que o levou a cair, ou se ele caiu independentemente e o trauma resultante levou ao desfecho fatal”, completa a médica.

Para muitos idosos, condições já existentes como problemas cardíacos e neurológicos, elevam o risco de mal súbito, o que contribui para a ocorrência de quedas. Uma investigação cuidadosa deve considerar tanto a possibilidade de um trauma direto pela queda quanto a de um evento de mal súbito que desencadeou a perda de equilíbrio.

Situações como a do cantor Rayol exigem uma análise detalhada das circunstâncias para esclarecer se a queda foi acidental ou precedida por uma perda súbita de consciência. “Esse entendimento não só elucida o caso, mas orienta medidas preventivas para outros idosos. Compreender as causas fundamentais de eventos como esses permite direcionar ações de cuidado e monitoramento que possam reduzir os riscos de quedas e de mal súbito”, fala a especialista.

Daitx enfatiza a importância do acompanhamento médico constante para controlar doenças crônicas e realizar exames preventivos, essenciais para detectar e tratar condições antes que se agravem. Nos casos de queda, o socorro imediato pode ser crucial para impedir o agravamento e preservar a vida do paciente idoso.

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