Solteira, mãe de gêmeos e com medidas que toda adolescente pede a Deus, a bela fala à Contigo! sobre traição, autoestima e homens mais jovens que, segundo ela, estão a fim de mulheres mais velhas e resolvidas
Com a atriz, cantora, dançarina, empresária, compositora e jurada do American Idol é assim: pá-pum! Aliás, ela perdeu os últimos 4,5 teimosos quilos de sua elogiada forma atual graças a uma "vamos resolver isso" dieta vegan. Sem tempo a perder, Jennifer é direta em perguntas que poderiam gerar uma pequena torcida de nariz em outras celebridades. Por exemplo: as cenas de sexo até bastante ousadas que precisou fazer no suspense O Garoto da Casa ao Lado, de Rob Cohen, 66 anos.
Jennifer também fala de traição e divórcio na vida real - foi casada três vezes, com o aspirante a ator Ojani Noa, 40, o coreógrafo Chris Judd, 45, e o cantor Marc Anthony, 46, pai de seus gêmeos, Maximilian David e Emme Maribel, 7. Ah! Está solteira, apesar de rumores de uma volta com o ex-namorado, o bailarino Casper Smart, 27. Pretendentes não vão faltar, e ela, no papo com a CONTIGO!, até confessa que já foi cortejada por dois homens ao mesmo tempo.
Terminada a mensagem no celular, ela cronometrou o tempo que levou para responder - "45 segundos!" - e disse: "Pode disparar!".
Você está linda. Quanta confiança tem em seu corpo para fazer aquelas cenas de sexo?
Ou é confiança ou é ignorância (risos)! Sim, tenho confiança em mim mesma e no meu corpo. Sou dançarina desde a adolescência, então me sinto confortável em minha própria pele. Mas isso não torna aquelas cenas mais fáceis. Elas dão nervoso. E você não para de pensar nelas um minuto! Isso desde o momento em que assina o contrato. Porque não é natural fazer algo assim na frente de outras pessoas.
Por que se interessou pelo papel de uma mulher que mostra sua vulnerabilidade entrando nesse relacionamento com um rapaz mais jovem e que vai ser julgada por ele?
É tudo muito real! Na vida acontece assim. E foi do que gostei. Achei que o argumento era crível. Você tem uma mulher de cerca de 40 anos, num casamento desde os 20, que foi ficando um pouco frio. Outras coisas se tornam mais importantes: o filho, a casa, as responsabilidades, as contas. O marido a trai, deixando-a sem saber quem é depois de dedicar metade de sua vida a esse relacionamento. Será que não sou mais atraente? É assim que a gente se sente quando é traído, não? A gente nunca pensa que não tem a ver com você. O sentimento é que existe algo de errado com a gente. Então aparece um homem que a faz se sentir desejada novamente, e ela atravessa uma fronteira que normalmente não atravessaria. Conheço essa história porque já fiz isso! E conheço várias pessoas que se identificariam.
Todo mundo fala que esta é uma nova era para as mulheres. Mesmo assim, no filme, essa mulher fica envergonhada do que fez, apesar de não haver crime ali. Por que ela se sente assim?
Bem, ela é casada. Está separada, mas é "casada". Todas as mulheres vão entender. Você torce para ela não fazer. Mas entende! Acho que poucos não compreenderiam seus atos.
Com tantos projetos, o que te dá a força e a energia para ser uma boa mãe?
Minha prioridade são meus filhos e minha vida. Mas, na verdade, percebi que em primeiro lugar tem de vir eu - algo que costumava vir lá atrás, em sétimo, oitavo ou nono lugar... Tudo vinha antes do meu próprio bem-estar, durante muito tempo. E agora eu sei que preciso estar no número 1 da lista de preocupações, para que possa ser uma boa mãe para meus filhos, que são meu número 1A (risos).
E o que faz para si?
Eu tiro tempo para trabalhar em mim mesma. Para meditar. Para ter momentos sozinha. Escrever um diário.
Você costumava ser uma atleta de corrida. E o filme abre com uma cena em que você está correndo.
Adoro poder correr num filme, porque eu não corro como uma garota, corro como uma atleta (risos)! Sempre que leio um roteiro em que existe a palavra "corrida", acho que sou perfeita para o papel, não importa do que se trata o filme (risos).
Quais as três coisas que uma mulher deve fazer num encontro?
Ser você mesma, ser você mesma, ser você mesma (risos). Não acho que exista nada mais que você possa fazer. Nosso maior erro é tentar ser outra pessoa para alguém. É um desastre.
Os homens ainda acreditam que as mulheres podem ser troféus.
(risos) Alguns homens, sim. Mas estamos numa nova era das mulheres, como você disse. É diferente. Costumávamos ser descartadas aos 20 e poucos anos. Com 28, nosso prazo de validade vencia. Não é mais assim. Acho que os homens sabem que as mulheres são mais interessantes, bonitas, autoconfiantes e resolvidas em seus 40 e 50 anos, para ser sincera. E mais atraentes. Por isso que tem gente ficando histérica porque caras mais jovens se interessam por mulheres dessa idade. E para mim faz todo sentido.
O que aprendeu sobre os relacionamentos ao longo dos anos?
Sempre se amar. Pode parecer algo egoísta, arrogante, mas nós, mulheres, não nos amamos. Não somos ensinadas a fazer isso. Somos ensinadas a amar nossos vizinhos, somos ensinadas a amar todo o mundo, a cuidar de todo o mundo. Não aprendemos a cuidar de nós mesmas. E, para ser bem sincera, você não pode ser boa para ninguém se não for boa sozinha.
Tem uma maneira diferente de lidar com relacionamentos e casamentos hoje?
Sim. Você precisa ser capaz de ser feliz sozinha. Não pode procurar felicidade no outro. "Se a outra pessoa não está, não estou feliz". Não! Você pode até ficar mais feliz se ele está por perto, mas ainda assim precisa ficar feliz sozinha.
Maridos infiéis deveriam ter segundas chances?
Depende do indivíduo e do relacionamento. Cada relação é diferente. Pode ser alguém que traiu por vários anos e não merece uma segunda chance. Pode ser alguém que traiu uma vez e a quem você quer dar uma segunda chance. Você pode estar namorando há apenas cinco meses, então não vale a pena. Ou estar casada há 50, e aí vale a pena. Não sei. Todos somos diferentes. Cada um precisa decidir por si se a pessoa vale a pena, porque todos cometemos erros. Todos nós.
A Forbes te chamou de celebridade mais poderosa do mundo. O que é o poder para você?
O poder está em ter possibilidade de escolher fazer o que você ama. Porque eu posso. Posso dizer que quero trabalhar nisso ou naquilo. Não sou obrigada. Outra coisa é poder compartilhar o que sei, o que aprendi com a arte. É superempolgante. E é o que estou tentando fazer mais, com meu livro, meu documentário, coisas voltadas para as mulheres. Assim espero ajudar. Isso é poder. Estar numa posição de poder ajudar outro ser humano é algo poderoso.
Acha que vai fazer mais filmes de agora em diante?
Eu amo atuar. Mas eu tenho problemas em achar que sou só uma atriz, ou só uma cantora, ou só uma performer, porque todas são parte de mim. Às vezes eu penso em só atuar por alguns anos. Mas não dá, porque quero fazer música, quero cantar, quero fazer shows. Quando estou na música, quero atuar. É difícil para mim fazer uma coisa só.
*Com reportagem de Mariane Morisawa