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A história musical de Tulipa Ruiz

Com os pés nas porta! Foi assim que a música entrou na vida da cantora santista, que já fez parcerias com Lulu Santos e João Donato e está em seu terceiro disco, Dancê

Por Tainá Goulart / Fotos: Martin Gurfein Publicado em 30/03/2016, às 14h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h44

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Tulipa Ruiz, no restaurante Drosophyla - Fotos: Martin Gurfein
Tulipa Ruiz, no restaurante Drosophyla - Fotos: Martin Gurfein
As viagens que Tulipa Ruiz fazia para ver o pai, o jornalista e guitarrista Luiz Chagas, em São Paulo, quando criança, representavam muito mais do que a oportunidade de ir para a cidade grande. Era o momento em que a cantora e compositora, que nasceu em Santos, mas morou em São Lourenço, Minas Gerais, tinha mais contato com a música. “Nessas visitas, meu pai dava discos para mim e para o meu irmão, Gustavo. O legal é que, como ele é jornalista, os discos sempre vinham com um release (uma breve descrição) e fazíamos questão de ler tudo. Me perguntavam se os discos eram presentes e eu dizia que não. Na verdade, a música era o nosso arroz com feijão — presente mesmo era ir ao McDonald’s, que em São Lourenço não tinha. (risos)” Assim, Tulipa foi ouvindo e aprendendo ao mesmo tempo e até achava estranho ir na casa de amigos e não ter um violão para tocar. Foi com toda essa bagagem que ela gravou, em parceria com o pai e o irmão, seus três elogiados discos: Efêmera, em 2010, Tudo Tanto, em 2012 (com participação de Lulu Santos e vencedor do prêmio de Melhor Álbum Pop no Prêmio Contigo! MPB FM de Música), e o mais recente, Dancê (com participação do lendário pianista João Donato). 



Além disso, ela e o cantor Marcelo Jeneci, acabaram de lançar juntos a música Dia a Dia, Lado a Lado. “Vem da época em que a gente se apresentava na mesma casa de shows. Aí, resolvemos escrever uma canção para celebrar essa parceria. Fomos para a casa do Jeneci e, no lugar de escrever a música, passamos o tempo todo vendo episódios de Anos Incríveis. (risos)” Apesar de engrenar rapidamente no meio musical, o processo até este ponto foi lento. Como a música era tão natural em sua vida, Tulipa não entendia que aquilo poderia ser o seu ‘ganha pão’. Tanto que saiu da cidade mineira para cursar Comunicação na capital paulista e passou a trabalhar na área, nunca sonhando em ser cantora de verdade. “Eu brinco que a música invadiu meu horário comercial! Cantar e compor eram hobbies, que eu poderia deixar em uma zona de conforto. Mas as coisas foram chegando com tudo, praticamente com os dois pés na minha porta.” E, conforme a carreira mudava os rumos, ela precisou cada vez mais inventar novas desculpas para trocar o computador pelos palcos. “Trabalhar em uma agência de comunicação e cantar ao mesmo tempo se tornou impraticável. Inventava que precisava ir ao dentista para não ir trabalhar. Estava me tornando irresponsável e isso me abriu os olhos. Percebi que a música era o meu caminho certo.” 


Com a decisão tomada, Tulipa correu atrás. “Não sabia por onde começar. Lembro que me sentei com a Tiê (cantora) em um café e ela me explicou tudo que eu precisava fazer para gravar meu primeiro disco. Tudo! Do repertório até registro de marca e fábrica de prensagem de disco. Ainda bem que tive essa ajuda, do contrário, teria desistido”, revela ela, que até hoje não tem uma gravadora e cuida sozinha do próprio negócio. “Comecei a fazer música em um momento em que a indústria estava decaindo muito, por causa da internet. Mas eu estava enganada, ainda bem! Hoje, eu sou minha própria gravadora e fico muito feliz por isso.”