Em bate-papo com a Contigo! Novelas, Leona Cavalli falou sobre sua personagem em Terra e Paixão e seus 30 anos de carreira
Leona Cavalli, a Gladys de Terra e Paixão, expôs moralismo da personagem e avalia carreira
de sucessos. Em bate-papo com a Contigo! Novelas, a atriz falou sobre seus 30 anos de carreira e quais personagens ainda sonha em interpretar.
Você acredita que a Gladys sirva para ironizar um tipo muito comum de cidadão brasileiro que
prega um falso moralismo?
"Sim, acredito que ao mostrar uma personagem que vive um casamento baseado nas aparências, pregando valores morais conservadores, mas agindo de forma completamente diferente; a novela acaba fazendo um tipo de denúncia bem-humorada, de relações tão comuns na nossa sociedade."
Em tempos tão radicais e cheios de preconceito, como percebe a importância de uma personagem que cutuque essa parcela da população?
"Acho muito importante que se mostre, fale, brinque, pense, sobre esse tipo de personagem como a
Gladys, que fala uma coisa e faz outra, que critica exatamente aquilo que deseja, que defende princípios éticos que não consegue manter. Porque são comuns na maioria das famílias, e, ao serem expostos numa ficção, abre-se a possibilidade de uma reflexão, seja por identificação ou por negação."
Já são 30 anos de carreira: o que ainda aprende sobre o ofício e sobre esse universo das artes?
"Interpretar é um aprendizado constante e isso é o melhor do ofício da atuação: nunca estamos prontos, sempre há o que experimentar e melhorar. Acredito que o grande aprendizado é o exercício constante do amor ao ser humano, por meio das personagens, sem julgamentos. E isso leva a uma superação de limites contínua, ao me colocar no lugar do outro, ao ir além de mim mesma; vivendo coisas e situações que jamais viveria se não fosse por meio de uma história."
Hoje, se discute muito sobre o etarismo. Como você encara a passagem do tempo e a chegada
da maturidade?
"Encaro a passagem do tempo como vida. A outra opção é morrer cedo, e amo viver. Existe uma cobrança muito grande, especialmente em cima das mulheres, para seguir certos padrões de beleza."
Como você tenta se libertar desses dogmas?
"Tendo coragem de ser quem eu sou. Acredito que a autenticidade é fundamental; nunca fui de me
importar muito com cobranças de padrões."
O que você sonha em realizar na carreira que ainda não tenha feito?
"Sonho com todas as personagens que ainda eu farei!"