Os músicos, que estão juntos há mais de 30 anos, tocam clássicos e inéditas do disco +Ar. Em entrevista, Renato conta como é a parceria
São mais de 30 anos juntos, mas a forma de compor entre Renato Teixeira e Almir Sater é sempre a mesma. "A nossa parceria sempre aconteceu do mesmo jeito: eu faço as letras e ele faz as músicas. O Almir é um mestre dos arranjos musicais e eu gosto muito de escrever, então combinamos bem! Mas, a gente se deixa dar uns pitacos no trabalho do outro e as músicas só saem se estivermos os dois no mesmo lugar, não dá para compor um em um lugar e o outro distante, tem que ter a coisa do presencial!", revela Renato, em entrevista exclusiva à CONTIGO! Agora, os fãs poderão ver essa sintonia toda no palco do Teatro Opus, em São Paulo, durante uma temporada de shows, nos dias 28, 29 e 30 de maio. Em formato intimista, os músicos irão mostrar o novo repertório do disco +Ar, último lançamento dos dois e sucessor do premiado Ar, de 2015.
Com suas carreira individuais, Renato e Almir sempre se juntaram para compor junto, mas foi só há três anos que os dois resolveram se juntar para valer e gravar o primeiro trabalho em conjunto. A conexão é tão grande que eles até possuem laços quase parentescos, mas foi do nada mesmo, que eles tomaram a decisão. "Passamos cerca de seis meses criando as músicas, fazendo a produção e queríamos ter continuado, é muito bom esse processo de estar no estúdio. Estamos até pensando em fazer um terceiro disco", adianta Renato.
Para o disco, os dois buscaram referências em ambas às carreiras, mas principalmente no Rock'n'roll dos anos 1970. "Pegamos as guitarras, as violas de 12 cordas e colocamos na música caipira. Essa é a nossa ideia, talvez trazer toda a nossa experiência dessa época que vivemos para o som que fazemos", revela o compositor paulista, que explica a expressão 'música de autoajuda'. "É tudo que nos faz bem transformado em melodia e letras. Eu e o Almir queremos sempre provocar reações positivas nas pessoas. Afinal, tudo na vida precisa ser assim, precisamos nos amar, fazer o bem e se sentir bem."
O compositor de sucessos como Romaria, que ficou conhecida na voz de Elis Regina, em 1977, e Tocando em Frente, cantada por Maria Bethânia, afirma que nunca quis ser uma estrela da música e, mesmo ganhando vários prêmios, como o de Melhor Álbum de Música Regional ou de Raizes Brasileiras no 17.º Grammy Latino, isso não muda em nada a sua vida. "Eu quero ser referência quando o assunto é música bem feita, que toca os outros de forma única. Nunca busquei o glamour, como acontece muito hoje em dia. É inegável o talento de alguns sertanejos novos, como o Luan Santana, mas como alguns podem dizer algo sobre uma coisa que eles não sabem, não conhecem direito. Hoje, o sertanejo universitário é uma formula que a sociedade produz, que não necessariamente vem da música caipira. Porém, não é algo que podemos falar sem ouvir antes, cada caso é um caso", opina Renato, que, em épocas de entrar em estúdio, quase não ouve artistas novos.