Apóstolo Rina, o dono da Bola de Neve, foi afastado após grande polêmica na família; entenda
Rinaldo Luiz de Seixas Pereira, mais conhecido como apóstolo Rina, faleceu aos 52 anos neste último domingo (17) após um grave acidente de moto em Campinas, interior de São Paulo. Porém, o que poucos sabem é que o pastor estava afastado da igreja que ele mesmo fundou, a Bola de Neve, desde meados deste ano. Entenda o que aconteceu:
Tudo começou quando Rina foi denunciado pela esposa, a pastora e cantora gospel Denise Seixas, que acusou o marido de cometer violência doméstica. A religiosa conquistou uma medida protetiva na Justiça de São Paulo após afirmar que foi alvo de agressões durante todo o relacionamento. Dentre os abusos, Denise citou ter sofrido violência psicológica, intimidação, calúnia e difamação.
A cantora diz que nunca havia denunciado o então marido devido ao medo de sua influência nacional. Ela também afirma que já gravou vídeos para "limpar a barra" do religioso, negando que ele seja um agressor. Ela ainda alega que ficou sem acesso às próprias finanças e foi obrigada pelo pastor a recorrer a uma pessoa indicada pelo marido sempre que precisasse de dinheiro.
Filho de Denise, Nathan Gouvea, também denunciou o padrasto por abuso psicológico e agressões durante a infância. "Sempre houve uma cultura de muito medo na minha casa. Quando ele chegava, eu me escondia. Era muito pesado, ele fazia terror psicológico o tempo inteiro", disse ele em entrevista ao UOL em junho deste ano.
Dentre os cenários descritos por Nathan, ele cita que Rina o obrigou a ficar nu na sacada de uma casa de praia como castigo por uma peripécia. Ele também contou que o padrasto o dava chutes na cabeça quando ele tentava jogar videogame.
Assim que a denúncia de Denise foi feita, a Polícia Civil abriu um inquérito exigindo a medida protetiva de urgência, que determinava que Rinaldo deveria ficar a uma distância mínima de 300 metros da esposa, além de ser proibido de se comunicar com ela. O Tribunal de Justiça de São Paulo também ordenou que o pastor entregasse as armas de fogo que tinha registrado em seu nome.
A Bola de Neve anunciou neste ano o afastamento do pastor e a criação de um canal de ouvidoria para apurar "possíveis falhas e má conduta". O conselho deliberativo assumiu o ministério e pediu perdão em nome de Rinaldo. Porém, a defesa do investigado negou que ele tenha sido afastado o cargo.
“O Conselho Deliberativo, junto ao Apóstolo Rina, decidiu pelo afastamento do seu fundador para que se dedique integralmente a esclarecer os apontamentos apresentados e restabelecer sua saúde e a de sua família”, dizia a nota emitida pelo conselho.
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