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Colunas / Gabriel Perline / OPERAÇÃO INTEGRATION

MP faz apelo à Justiça para alterar curso das investigações contra Gusttavo Lima

Ministério Público pediu à Justiça de Pernambuco para alterar curso das investigações contra Gusttavo Lima no esquema de lavagem de dinheiro

Gabriel Perline
por Gabriel Perline

Publicado em 11/10/2024, às 13h38

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Gusttavo Lima se apega a manifestação do Ministério Público para reforçar sua inocência em esquema de lavagem de dinheiro - Reprodução/Instagram
Gusttavo Lima se apega a manifestação do Ministério Público para reforçar sua inocência em esquema de lavagem de dinheiro - Reprodução/Instagram

Uma nova reviravolta pode ocorrer numa das etapas da Operação Integration que apontaram Gusttavo Lima como um dos suspeitos na participação de um esquema bilionário de lavagem de dinheiro por meio de jogos ilegais. O Ministério Público de Pernambuco se manifestou no inquérito e pediu para a juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Estado, que ela reconheça sua "incompetência" e transfira toda a avaliação das medidas cautelares tomadas contra o sertanejo --como a apreensão de uma aeronave e quantias em dinheiro-- para o Tribunal de Justiça da Paraíba.

O documento foi protocolado na última terça-feira (8), e é assinado pela promotora Katarina Kirley de Brito Gouveia, e faz um detalhamento, após ampla investigação, de que não há provas do envolvimento do cantor com a empresa Esportes da Sorte, bem como o processo de venda da aeronave faça parte de algum esquema ilícito. No entanto, o MP aponta que há indícios de envolvimento com outras empresas, como a Vai de Bet e Zelu, que não fazem parte da Operação Integration.

A promotora ainda avalia que a melhor comarca para apurar as eventuais ilegalidades relacionadas a Gusttavo Lima fiquem a cargo da Justiça da Paraíba pelo fato da Vai De Bet --empresa à qual o sertanejo é apontado como sócio e está no centro das investigações-- está sediada na cidade de Campina Grande, na Paraíba.

"Assim, reitera-se o entendimento esposado na manifestação de ID *** (número do processo), no sentido de que eventuais crimes decorrentes de relações jurídicas e financeiras entre essas pessoas jurídicas e seus respectivos sócios, a exemplo de NIVALDO BATISTA LIMA, são de competência do Juízo Criminal da Comarca de Campina Grande-PB, local em que está sediada PIX SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS (VAIDEBET)", disse a promotora.

"Por corolário, requer-se que seja reconhecida a incompetência deste Juízo criminal, com remessa de cópia dos autos ao referido Juízo, a quem compete apreciar o indiciamento do sócio da empresa requerente, bem como decidir sobre a manutenção das medidas cautelares já deferidas e efetivadas", completou.

No entendimento do Ministério Público, no entanto, não é determinada a inocência de Gusttavo Lima e tampouco sua real participação no esquema de lavagem de dinheiro. O órgão apenas pede para que todas as decisões sejam transferidas de comarca. Mas para a equipe do sertanejo, o documento é encarado como uma vitória.

"A defesa do cantor Gusttavo Lima informa que o parecer emitido pelo Ministério Público do Estado de Pernambuco sobre a operação Integration reflete a convicção de que o artista e suas empresas não cometeram nenhum crime de lavagem de dinheiro, organização criminosa e exploração de jogos ilegais. Reflete também que todas as operações comerciais realizadas com as empresas envolvidas na investigação foram pautadas por contratos e comprovantes bancários, e que o valor apreendido no cofre da Balada Eventos não pode ser atribuído a exploração de jogos ilegais ou qualquer outro crime. Cabe ressaltar que a defesa do cantor já havia enviado à Justiça extratos bancários que comprovam que os valores são fruto de saques da própria conta corrente da empresa", disse em nota enviada à coluna.

O problema, caro leitor, é que este documento elaborado pelo Ministério Público foi entregue à juíza Andréa Calado da Cruz, a autoridade que havia pedido a prisão de Gusttavo Lima por entender que ele está envolvido no esquema de lavagem de dinheiro. No início desta semana, esta mesma juíza ordenou que todo o dinheiro apreendido nas empresas do artista e sua aeronave também fossem mantidas sob custódia da Justiça de Pernambuco até que sejam concluídas as investigações da Operação Integration.