Narcisa Tamborideguy é vetada e fica de fora de humorístico da Globo por conta de uma decisão do sindicato de artistas do Rio de Janeiro
Publicado em 28/01/2025, às 17h56 - Atualizado às 17h59
Narcisa Tamborideguy iria participar de um novo programa de humor da Globo, porém acabou vetada pelo Sindicato de Artistas do Rio de Janeiro (Sated-RJ), chefiado por Hugo Gross. O motivo é que a socialite não tem DRT, logo não poderá participar de produções artísticas de qualquer gênero que envolva dramaturgia. Ela interpretaria a si, mas mesmo assim o veto não foi revertido. O responsável pelo sindicato também detonou a emissora pelas recentes escalações sem DRT em suas produções e defendeu a classe.
A série que ela faria uma ponta é Tem de Tudo, que será protagonizada por Fabiula Nascimento, Julia Rabello, entre outros, e tem direção de Joana Clark, segundo a coluna Play de Anna Luiza Santiago. A justificativa de que Narcisa apareceria como ela não foi bem aceita por Gross, que apontou que a Globo tem escalado muitos nomes sem um registro profissional de ator.
"Não foi autorizada no produto Tem de Tudo a participação da senhora Narcisa Tamborindeguy. A autorização especial, cláusula 27 da CCT, é voltada para pessoas que exerçam a função de ator sem que tenha o registro profissional."
Em declaração à coluna de Fábia Oliveira, que deu a notícia em primeira mão, Gross disse que não tem nada contra ela, porém seu dever é proteger o artista que estudou para exercer a arte: "Uma coisa é a pessoa ser muito bacana, nada contra ela, mas por isso que tem que respeitar a CCT [Convenção Coletiva de Trabalho], respeitar a lei. O que o Sated vai fazer é lutar duramente na Justiça. A gente protege o trabalhador da arte".
Em outro trecho, ele detonou a postura recorrente que a emissora tem em escalar nomes com repercussão, mas que não tem permissão para atuar em produções: "Eles não respeitam a terceira idade. Aí quando morre, eles querem mostrar a história… É uma falta de respeito com quem se dedicou, fez grandes audiências e agora é colocado de lado pra escalar pessoas pra aumento de ibope que tem se mostrado estar cada vez pior".
Para a coluna, Hugo Gross ressaltou que não tem nada contra Narcisa, mas que existem regras que devem ser seguidas para os profissionais das artes. O presidente do sindicato também disse que não quer impedir ninguém de trabalhar:
"Eu acho que ela [TV] tem todo direito de escalar, a gente trabalha em conjunto, o Sated RJ, de um âmbito geral, está para agregar. A gente não está aqui para proibir ninguém de trabalhar, pelo contrário, a gente apoia o empresário que oferece oportunidades."
Em outro ponto da declaração à coluna, Hugo disse que a emissora não está respeitando uma regra em específico e recorrem a chamar grandes nomes das redes sociais numa tentativa de melhorar a audiência:
"Tem regras, tem uma lei, que é a Lei 6533-78, e tem uma CCT, que é uma Convenção Coletiva de Trabalho, que infelizmente a emissora não está respeitando, ela vem aqui sempre colocando influencer digital, achando que isso vai melhorar, chamando celebridades, achando que isso vai melhorar o Ibope."
Por fim, Gross disse que é nítido que a audiência tem caído, citou grandes nomes que estão afastados da televisão e ressaltou que a Globo foca em quem tem números e não em quem tem história na televisão e que, talvez, isto alavancasse a audiência das novelas e produções da casa:
"A gente vê notoriamente que o Ibope cada vez mais vem caindo. E aí, ainda pior de tudo, eles esquecem de quem realmente deu o sangue, que é o idoso, a idosa. A gente tem aí Carlos Vereza, que está sem trabalhar, Inês Galvão, Maria Cláudia, Rosa Maria Murtinho, Ângela Vieira, várias atrizes de atores aí que estão no esquecimento. Eles sempre acabam focando em quem tem seguidor, em quem tem um nome que vai talvez vá alavancar o ibope."
*Texto de Murilo Rocha
Murilo Rocha é estudante de Jornalismo pela UMESP. Escreve sobre cultura pop, filmes, games, música, eventos e reality shows. Siga o Murilo nas redes sociais: @eumuriloorocha