Em entrevista à Contigo!, Hélio Amaral, ator que também tem emprego fixo como gari, revela motivo para dupla jornada e fala sobre oportunidades na arte
Publicado em 11/04/2025, às 11h30
Hélio Amaral estreou em Até Onde Ele Vai?, nova série da Record disponibilizada na plataforma de streaming da emissora no último dia 4 de abril. Com diversos projetos no currículo, o ator vive uma dupla jornada de trabalho pela dificuldade em se manter apenas com a arte. Em entrevista à Contigo, Hélio fala sobre o desafio de ser gari e ator: "Primeiro a responsabilidade, depois o sonho", revela.
A rotina de Hélio Amaral desafia qualquer definição simples. Ator, dançarino, produtor, pai e gari, ele concilia os extremos da vida cotidiana com o brilho dos palcos e câmeras. Em abril, estreou na série Até Onde Ele Vai?, da Record, e se prepara para Rainha Líer, do Canal Demais — enquanto segue trabalhando na Comlurb durante as madrugadas. “O que eu mais sacrifico é o sono. Tenho ensaio, faculdade, produção, meus filhos... O sono fica em último lugar”, conta.
Mais do que uma agenda cheia, sua trajetória é um exercício de persistência. “Antes do sonho, vem a responsabilidade. Sempre foi assim. Preciso garantir o sustento dos meus filhos, então não posso arriscar tudo na arte”, afirma.
Pai de Ágatha e Aruan, Hélio fala com clareza sobre a escolha de manter as duas carreiras ativas: “Sou muito grato e me sinto privilegiado por conseguir continuar fazendo o que amo, mesmo que seja muita luta. Mas acredito que tudo acontece na hora certa. E acho que agora é o meu momento".
Com passagens por novelas da Globo, musicais, cinema e teatro, Hélio é também conhecido por seu trabalho como dançarino de charme, samba e passinho. A pluralidade corporal e criativa o acompanha desde a infância, quando teve os primeiros contatos com a arte na igreja onde a família trabalhava como zeladora. “O teatro me deu liberdade pra ser qualquer coisa. O que me motivou a continuar foi saber que poderia dar vida a outras personalidades, de forma cênica.”
Esse encontro com a arte levou Hélio a se formar na Escola Le Monde e atualmente concluir o bacharelado na CAL. Mesmo com os avanços na carreira artística, ele diz que sua profissão de gari gera reações diversas — da surpresa à admiração: “Algumas pessoas estranham, outras me veem como inspiração. E isso me dá força. Tem gente que acredita mais em mim do que eu mesmo, e por isso continuo".
O desejo de inspirar está por trás de um novo projeto que mexe com as emoções: um documentário sobre a própria vida. “Foi uma ideia de um amigo de infância, o Saulo, que sempre acompanhou minha história. A gente começou a gravar em 2023 e agora retomamos com ainda mais força. A ideia é contar a minha trajetória, mas também trazer a de outros garis.”
Revisitar memórias e organizar a linha do tempo tem sido, segundo ele, um desafio potente. “Ao parar pra pensar, a gente relembra coisas que estavam guardadas. E eu acredito que esse documentário pode tocar pessoas, trazer aproximação e inspiração. Minha missão como artista é essa: mostrar que a gente pode, sim. E consegue.”
Sobre conselhos para quem sonha em viver da arte, mas vem de uma realidade que impõe desafios, Hélio é direto: “Dizer que basta acreditar pode ser bonito, mas nem sempre é verdade. A gente vive realidades diferentes. Tem que correr atrás, mudar o psicológico, sacrificar festas, lazer, sono... Mas não pode desistir", diz.
"Eu ainda não cheguei onde quero, mas estou no caminho. E vou alcançar lugares inimagináveis”, conclui, otimista.
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