No passado, Glória Maria já relatou os inúmeros ataques racistas dos quais foi vítima, vindo até mesmo de um ex-presidente do Brasil
Em 2020, no Conversa com Bial, a jornalista Glória Maria fez um duro relato do racismo que sofreu durante toda a carreira na comunicação - ela chegou a ser atacada até pelo ex-presidente do Brasil João Figueiredo, o último chefe de estado do período de ditadura militar.
Na época, o militar não gostava da repórter e não economizava nos ataques racistas ao se referir a ela como a "neguinha da Globo".
"'Tira aquela 'neguinha' da Globo daqui' [dizia ele]. E eu passei todo o governo Figueiredo ouvindo [isso]", disparou ela na ocasião.
E continuou: "Sempre tem uma justificativa para você estar ali [em um lugar de poder], nunca é porque você tem talento, porque você tem valor. É por uma coisa qualquer. E você vai aprendendo como é o olhar das pessoas sobre você".
A veterana, então, reforçou como sua identidade como mulher preta. "Quando você nasce negro - e eu não sou mulatinha, eu sou negra, mesmo, eu sou preta -, você aprende a reconhecer isso a 30 quilômetros de distância, você sabe onde está o racista", completou.
Glória Maria morreu na manhã desta quinta-feira (02), no Rio de Janeiro. Ela travava uma luta contra metástases cerebrais desde meados de 2020, mas nos últimos dias o tratamento parou de fazer efeito.
"Era uma branda implicância mútua. Trabalhando junto, a gente brigava como marido e mulher", disse ele confessando que a relação sempre uniu pequenas brigas com muito amor e carinho.
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