Em entrevista à Contigo!, Julia Stockler revelou uma pressão estética que sofreu de produtora, fala do futuro de Gisela em Beleza Fatal e mais
Publicado em 20/02/2025, às 12h00 - Atualizado às 14h25
Na pele de Gisela Argento em Beleza Fatal, Julia Stockler conversou com a Contigo! e relembrou um momento de pressão estética que sofreu de uma produtora de elenco, além de falar sobre as gravações com Marcelo Serrado, Giovanna Antonelli e um pouquinho do futuro da sua personagem na novela da MAX.
Indo de encontro com o tema da novela, Julia relembrou que, quando tinha 18 anos, uma produtora de elenco disse que seu nariz era grande e sugeriu que ela diminuísse para conquistar mais papéis. Com mais maturidade, ela entendeu que sofreu uma pressão estética e não se rendeu a ela:
“Uma vez fui fazer um teste, e a produtora de elenco deu a ”ideia” de eu diminuir o meu nariz, alegando que se o fizesse, poderia ganhar muito mais trabalhos. Aquilo foi uma violência absurda para uma garota de 18 anos. O tempo passou, e eu estou aqui com o meu nariz grande feliz da vida. Mas naquele momento eu entendi a pressão que o mundo pode fazer sobre os nossos corpos e o quão doentes podemos acabar ficando por isso.”
Sobre Beleza Fatal, e novelas em geral, ela entende que é um meio de comunicação potente para entrar no dia a dia das famílias brasileiras. Como o tema da novela gira em torno da busca pela perfeição e da pressão que todos os corpos sofrem, Julia avalia:
“Não fomos criados para nos relacionarmos com nossa imagem. Narciso se viu no espelho da água, e tão logo se apaixonou por si, que morreu afogado. Aceitar que estamos vivendo um momento em que pessoas se mutilam por conta de comparações estéticas é muito importante para que a discussão aprofunde”.
Para se preparar para a personagem, ela conversou com cirurgiões plásticos, psiquiatras, pessoas que sofrem com a autoestima baixa, fez muitas leituras de livros sobre o tópico e sobre o Transtorno Dismórfico Corporal, condição que altera a percepção distorcida da própria imagem, como Gisela sofre na novela. Julia aproveita para alertar: “É uma doença que se relaciona intimamente com a autoestima, com a busca incessante por padrões inatingíveis criados por um circuito capitalista de compra e venda de produtos e procedimentos que cada vez se torna mais invasiva”.
A atriz deu um leve spoiler para o futuro de Gisela e garantiu que o público vai adorar ver a sua transformação ao longo dos próximos 20 episódios: “Gisela tem uma força imensa dentro dela, mas que está sendo soterrada pelo Rog. Não posso dar spoiler, mas nenhuma personagem do Rapha fica submissa até o fim. Garanto que vocês vão gostar do que vem por aí!”.
Falando em Rog, interpretado por Marcelo Serrado, Julia Stockler revela que sua química com o ator foi instantânea e os dois compartilharam momentos de parceria no set, tanto em cenas mais pesadas, quanto nas cenas que os dois improvisam: "No primeiro dia de ensaio com o Marcelo já sacamos que daria certo. Viemos do teatro, do improviso, do jogo cênico. Somos muito animados para criar, e isso imediatamente criou um laço entre a gente muito profundo (...). Conseguimos mesclar os momentos de dor com os momentos de relaxamento. Fazíamos cenas muito difíceis, respeitávamos muito o espaço um do outro de preparação para cena, e sempre acabávamos abraçados e felizes por termos conseguido atingir estados emocionais complexos. Ele foi um dos grandes parceiros que tive até hoje. Chorei muito e ele acolheu todas as minhas lágrimas."
Outra parceira de cena é Giovanna Antonelli, na pele de Elvira. Elogiadas pelo autor em diversas cenas que viralizaram na internet, Julia define: "O percurso dramático da Gisela é muito surpreendente e muito emocionante. Uma mulher que acredita que através da arte pode se expressar, e que teve seus sonhos aniquilados por um marido extremamente tóxico e abusivo conversa com muitas outras mulheres que vivem isso diariamente em suas relações. Ao conhecer a Elvira, ela começa a vislumbrar possibilidades de tentar ser feliz de novo. (...) Giovana é um furacão como atriz, então nosso encontro foi uma mistura de escuta e aprendizado. E quando vejo, que muitas mulheres estão me escrevendo e sentindo a dor da Gisela, eu me sinto realizada. Sinto que meu trabalho encontrou seu propósito, de chegar em cada uma dessas pessoas que sentem vergonha de si mesmas, e dizer: existe cura. vamos juntas.".
Sobre a direção de Maria de Médicis e a história de Raphael Montes, ela é só elogios e define o encontro com a diretora como algo “de outras vidas”: "Uma diretora absolutamente sensível, corajosa e atenciosa. Tudo que eu precisava para ter um cenário de confiança para me entregar totalmente para Gisela me foi dado. Sou muito fã do Raphael desde Bom Dia Verônica, e era um sonho poder contar alguma de suas histórias e aqui estamos, com uma personagem difícil de fazer e que está me dando tantas alegrias e trocas."
Amo essa cena! Giovanna e Júlia absolutamente GENIAIS! ❤️ https://t.co/uDiGZp4mul
— Raphael Montes (@montesraphael) February 11, 2025