Médicas ginecologistas Isabela Melo e Émile Almeida analisam cirurgia feita por Ana Paula Siebert às pressas e explicam para que serve
Ana Paula Siebert passou por uma laparoscopia abdominal na madrugada de quarta-feira (11) O procedimento, minimamente invasivo, é amplamente utilizado na medicina para diagnóstico e tratamento de diversas condições que afetam a cavidade abdominal, especialmente na ginecologia.
Para esclarecer sobre o procedimento pelo qual Ana Paula passou, a ginecologista Isabela Melo explica que a laparoscopia é uma técnica cirúrgica que utiliza pequenas incisões no abdômen e um laparoscópio — um instrumento que permite visualizar os órgãos internos. "Ela é considerada uma cirurgia minimamente invasiva, proporcionando uma recuperação mais rápida e um retorno ao trabalho mais precoce quando comparada à cirurgia convencional aberta”, afirma Isabela.
A ginecologista e cirurgiã ginecológica, Émile Almeida, complementa que a laparoscopia é indicada tanto para cirurgias eletivas, como retirada de úteros, miomas, ovários, e laqueadura tubária, quanto para emergências ginecológicas, como torções ovarianas, gravidez ectópica e abscessos tubo-ovarianos.
“Essa técnica minimamente invasiva resulta em menos sangramento intraoperatório, menor dor pós-operatória, recuperação mais rápida, menor tempo de internação hospitalar e retorno mais rápido às atividades diárias. Além disso, as cicatrizes são menores e há uma redução na taxa de infecção e nas complicações pós-operatórias”, ressalta.
Isabela Melo destaca que, na ginecologia, a laparoscopia é amplamente utilizada tanto para diagnósticos quanto para tratamentos. "Ela é bastante indicada em casos de endometriose, avaliação de aderências pélvicas, tratamento de cistos ovarianos e obstrução das tubas uterinas. Com o avanço da tecnologia, essa cirurgia também é utilizada em tratamentos de miomas e até em histerectomias", explica.
Para mulheres que pretendem engravidar no futuro, a laparoscopia é uma opção segura. "Além de permitir uma recuperação mais rápida da atividade sexual, essa cirurgia minimiza os riscos de aderências pélvicas, que podem comprometer a fertilidade", finaliza Isabela Melo. Émile Almeida reforça que, em casos de infertilidade feminina, a laparoscopia pode ser uma opção dependendo das condições que impedem a gravidez.
Entretanto, como qualquer procedimento cirúrgico, a laparoscopia também apresenta riscos, ainda que sejam raros quando realizados por profissionais experientes. “Os riscos mais graves incluem lesões em órgãos como intestino, estômago e grandes vasos, além de complicações como hemorragias abdominais ou peritonite”, alerta Émile Almeida. Existem contraindicações absolutas, como pacientes com instabilidade hemodinâmica, além de fatores que podem influenciar no prognóstico, como obesidade ou cirurgias abdominais prévias.