Dina Sfat viveu papel duplo em novela da Tupi que estreou há 58 anos

Em 26 de fevereiro de 1967, há 58 anos, a extinta TV Tupi, pioneira da televisão no Brasil, estreava A Intrusa como sua nova novela das sete. Baseada no romance norte-americano Casei-me com um Morto, de Cornell Woolrich, a trama foi protagonizada por Dina Sfat, que viveu papel duplo. 

Trama psicológica

Baseada no romance Casei-me com um Morto, de Cornell Woolrich, A Intrusa apostava no suspense e no drama psicológico, contando a história de uma mulher que assume a identidade de outra para se infiltrar em uma família milionária. O enredo, que já havia sido adaptado anteriormente para a TV em 1962, teve sua versão mais lembrada estrelada por Dina Sfat, que brilhou interpretando um papel duplo, Helen e Patrícia.

A novela marcou um momento importante para a TV brasileira ao trazer uma narrativa batida de forma sofisticada e visualmente inovadora para a época. Segundo o jornalista Nilson Xavier, do Teledramaturgia, A Intrusa conseguiu imprimir um tom moderno ao gênero, diferenciando-se das produções convencionais do período por ter uma direção cuidadosa e uma abordagem que pendia para o lado cinematográfico.

Como destaca Xavier, o tema de troca de identidade, aliás, se tornaria um recurso bastante explorado na teledramaturgia nacional em diversas novelas ao longo das décadas seguintes, como O Semideus, Plumas e Paetês, Vida Roubada, O Outro, Cara e Coroa, Pérola Negra, Esplendor, Duas Caras e outras.

Dina Sfat em duas personagens

Dina Sfat já era uma atriz em ascensão quando aceitou o desafio de protagonizar A Intrusa. Sua atuação foi fundamental para o sucesso da novela, pois exigia que ela transitasse entre duas personalidades distintas dentro da mesma história.

O papel foi um marco em sua carreira e ajudou a consolidá-la como um dos grandes nomes da televisão brasileira, abrindo portas para papéis ainda mais expressivos nos anos seguintes.

Antes de ingressar na TV, Dina já havia se destacado no teatro e no cinema, acumulando prêmios e reconhecimentos por suas performances. Seu talento foi reconhecido não apenas pela crítica, mas também pelo público, que a acompanharia em diversas produções memoráveis.

Nos anos 1970, ela se tornaria uma das atrizes mais premiadas da televisão, com atuações marcantes em novelas como Fogo sobre Terra e Saramandaia. Além de seu talento, Sfat também era conhecida por sua postura engajada e por sua personalidade forte.

A atriz morreu precocemente em 1989, aos 50 anos, vítima de um câncer de mama. Seu último trabalho na TV foi em Bebê a Bordo, novela que terminou pouco antes de sua morte. 

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