Em entrevista à Contigo! Novelas, Malía contou mais detalhes dos desafios que enfrentou para viver a protagonista em Confia: Sonho de Cria, do Globoplay
De cantora a atriz, Malía protagoniza Confia: Sonho de Cria, novo filme do Globoplay. A produção foca na história de Nando (MC Cabelinho), entregador de uma lanchonete que tem o sonho de ser uma estrela do trap e recebe a ajuda de Jaque, uma jovem acostumada a se virar para sobreviver. Em entrevista à Contigo! Novelas, a atriz revela mais detalhes da produção.
O público consegue se identificar com a história de Confia: Sonho de Cria?
"Dá para se identificar com essa história em várias partes, tanto na da Jaque, minha personagem, quanto na do Nando [MC Cabelinho], porque todo mundo é sonhador, tem dentro de si uma motivação de fazer acontecer aquilo que a gente deseja e é subestimado. Acho que todo mundo passa um pouco por isso".
Você já é cantora há anos, mas como foi trabalhar como atriz no filme? Já tinha pensado nisso antes?
"Eu sempre pensei, sempre gostei muito de arte e todas as expressões artísticas me interessam muito. Na música, gosto de compor, de interpretar e é sempre algo que tomei para mim. E eu já flertei com o teatro algumas vezes, mas pela timidez não conseguia ir adiante. A música que me trouxe essa autoestima de me colocar nesse lugar, de interpretar, de contar histórias. E aí também tem uma coisa, eu sempre quis me identificar com a história na qual eu ia começar isso. Então esse projeto também me impulsionou a ver um lado meu, a ver essa possibilidade. Estar confortável para experimentar é extremamente essencial e foi o que aconteceu. Mas sempre me vi experimentando esse lugar, porque, enquanto artista, acho que quanto mais a gente aprende, melhor para contarmos todas essas histórias que tem no mundo".
Qual foi o maior desafio nessa sua estreia?
"O maior desafio que tive foi desapegar de algumas coisas. Principalmente na música, nós temos muita pose, a gente trabalha muito a imagem. E quando a gente vai trabalhar a atuação, a gente tem que se despir um pouco desse lugar. Foi muito interessante, foi uma coisa que trouxe para a minha vida e espero ter outras oportunidades. Quero começar a estudar, porque você cresce demais, principalmente artisticamente falando. Foi muito fácil fazer, mais fácil do que eu pensava. Às vezes eu ficava desesperada, Renata Sofia [escritora do longa] falava: “Calma, você tem que entender que é a sua primeira vez e está tudo bem, todo mundo aqui sabe”. Porque eu também tinha uma ânsia muito grande comigo mesma de entregar tudo. Eu tenho muito isso. E todos os profissionais estavam ali entregando tudo de melhor e tudo o que eu mais queria era poder honrar aqueles profissionais e o projeto. Acabou que com nosso preparador, direção, roteiristas, assistentes de direção, com o Cabelinho, fui me sentindo confortável. E é o conforto do pertencimento. A gente precisa também criar espaços de trabalho extremamente saudáveis,que torna tudo acessível. Eu me senti à vontade para experimentar, para errar e para crescer. Sinto que hoje sou outra pessoa".
E é um filme importante também por causa da representatividade...
"É sempre maravilhoso ter pessoas pretas em diversas frentes, né? Acho que a gente está caminhando para esse lugar, para que a gente esteja em todas as partes do processo, pelo menos tenha um de nós para que essa visão seja um pouco mais legítima, mais humanizada e real mesmo. É interessante também ver que a gente está conseguindo colocar a nossa narrativa, dentro da nossa perspectiva. Como a Renata Sofia sempre fala, não é biográfico, mas é biográfico de certa forma. Então, tem um compromisso também com essa realidade, para que a gente mostre como ela é a partir da nossa perspectiva e para que a gente transforme ela também. Um ponto muito importante é quando a Renata fala que ela quer é mostrar para as pessoas que elas também podem sonhar, é nesse lugar também. Nós estamos devagar e sempre, mas estamos tendo respostas. Estávamos apenas com o som, depois só com a imagem e agora a gente está escrevendo, a gente está dirigindo. É importante a gente ter cada vez mais esses lugares e que esses trabalhos sejam trabalhos de amor mesmo, de afeto, que essas relações perdurem. É maravilhoso estar vendo esse movimento todo, principalmente nesse filme, com essa narrativa, que vai fazer com que as pessoas se identifiquem".
Até porque existem muitos Nandos, muitas Jaques por aí..
"Tem muitos! Eu conheço muitos Nandos por aí. Então, é incrível que esses Nandos tenham algo direcionado para eles. A gente precisa receber também esse carinho, se sentir importante, sentir que seu jeito importa, sua vida importa, sua história importa e ela merece ser contada, com cuidado, com amor e com afeto. Então é maravilhoso estarmos aqui. Não tem felicidade maior do que fazer parte desse projeto. Existem vários filmes sobre essa dinâmica, mas é essa forma, com essa humanidade, com esse coração que o faz ser tão especial".
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