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Mariana Xavier abre o jogo sobre carreira artística fora do humor: "Recusei o rótulo"

Atriz abre o jogo sobre mudança de carreira artística e projetos fora do humor. À coluna, Mariana Xavier admitiu que recusou o "rótulo de humorista"

Gabriel Perline
por Gabriel Perline

Publicado em 09/09/2024, às 14h57 - Atualizado às 16h03

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A artista contou mais detalhes de sua carreira artística - Reprodução/Aramule Fotografia
A artista contou mais detalhes de sua carreira artística - Reprodução/Aramule Fotografia

Mariana Xavier estreou no último domingo (8) um novo programa no GNT e Globoplay, a série documental O Prazer é Meu. A atriz, que ganhou notoriedade com Minha Mãe é uma Peça, embarca em um novo desafio, que conta não somente a história de como o prazer foi negado às mulheres ao longo dos anos, mas também marca o início de uma nova fase em sua carreira artística: a saída do humor. À coluna, a artista admitiu que não quer ser conhecida apenas por suas obras cômicas.

"Eu fiquei muito feliz com essa oportunidade, porque essa coisa de não ficar restrita ao humor já é uma coisa que eu tenho buscado nos últimos anos da minha carreira. Eu adoro fazer comédia, eu acho que é um dom. Eu acho que existe uma demanda de mercado muito grande, então eu não pretendo deixar de fazer comédia. Mas eu sempre recusei o rótulo de humorista ou de comediante. Eu sempre falei: ‘Sou uma atriz que faz comédia, mas que faz outras coisas também’. Então eu tenho cada vez mais buscado oportunidades fora desse lugar que muitas vezes também é um estereótipo. Essa ideia de que: ‘Aí, a pessoa é gorda, ela tem que fazer comédia’", explicou.

O Prazer é Meu estreou dia 8 de setembro no GNT e Globoplay com cinco episódios sendo lançados semanalmente aos domingos, às 23h. O projeto narrado pela atriz tem como principal objetivo falar sobre o prazer negado às mulheres ao longo dos anos. Para isso, a série documental contou com relatos íntimos de diversas pessoas e especialistas, como psicológica, ginecologista, terapeuta sexual e psiquiatra.

Mariana Xavier explicou que tem usado suas redes sociais e visibilidade para trazer outros temas: "'Bom, já que as pessoas gostam de mim, já que as pessoas gostam de me ouvir, como eu posso fazer um melhor uso dessa visibilidade?’ E aí entra o que eu acho que é uma responsabilidade social que vem com o meu ofício. Eu acredito que faz parte da minha responsabilidade como artista e como cidadã, usar a minha voz para falar de assuntos que eu acho que causam transformação, tanto no plano individual quanto no plano coletivo, sabe?".

"Eu acho que é muito legal você ter visibilidade, você ter uma vida confortável vivendo de arte, é um privilégio porque ainda é muito raro. Mas eu acho que junto com essa visibilidade tem que vir também essa responsabilidade sobre quais mensagens eu vou ajudar a propagar. Eu tenho trabalhado muito nisso, nessa linha de falar de temas que desconstroem preconceitos, que ampliam a visão de mundo das pessoas e a visão sobre elas mesmas assim", concluiu.

Em relação a O Prazer é Meu, a atriz esclareceu que foi uma grande surpresa receber o convite para fazer a narração da série documental.

"Eu fiquei muito feliz de ser escolhida para narrar esse projeto, porque justamente tem esse ponto de identificação entre mim e as pessoas que aparecem na série e as pessoas que a gente quer alcançar com a série (...) Um dos preconceitos que a gente pretende desconstruir é justamente essa ideia de que só um determinado tipo de corpo tem direito ao desejo. Tanto no sentido de sentir o desejo, como de ser objeto do desejo. E desconstruir essa ideia de que precisa ter um corpo dito perfeito, dentro desses padrões de beleza para se permitir viver experiências de prazer. Eu acho que quando me escolheram, teve muito a ver com isso também", disse.

"Por saberem que eu represento muitas pessoas, que eu já falo de temas que são abordados obviamente com muito mais profundidade na série, com uma abordagem muito mais profissional. Eu falo das minhas experiências de vida, mas porque eu sinto que falar das minhas experiências ajuda outras mulheres a se libertarem também de coisas que elas viveram, de dores de bloqueio e acreditarem que, como eu disse, que tem direito, que merecem esse lugar do afeto, do desejo e do prazer", concluiu.

A artista ainda admitiu que está apreensiva com a repercussão da série, pois sabe que precisará lidar com críticas e comentários negativos: "Eu não vou mentir para você. A gente fica um pouco apreensivo, porque a gente está num momento de que toda a visibilidade traz também, infelizmente, muita agressividade e reações (...) Ainda que tenha alguma repercussão, algum ataque de conservadores e tal, eu acho que o benefício dessa série vai ser muito maior, sabe? (...) Então eu sempre penso que vale a pena correr o risco, porque o benefício é muito maior. Eu acho que o bem que a gente está fazendo é muito maior", concluiu.