Em entrevista à Contigo!, a funkeira Bibi Babydoll revela como foi o processo de descoberta e confessa que se choca com os ataques preconceituosos
Publicado em 09/07/2024, às 08h00
A funkeira Bibi Babydoll, famosa pelo hit Bibi Fogosa, descobriu sua bissexualidade aos 11 anos. Em entrevista à Contigo!, a artista relembra que contou com a ajuda de uma amiga na época, que a fez refletir sobre o assunto. Vítima de preconceito, a cantora também revela que sofre muitos ataques na internet e que se choca ao saber de quem eles vêm.
Nesta fase da vida, ainda muito novinha, Bibi percebeu que admirava, de um jeito diferente, outras meninas e figuras da web. “Acho que minha amiga percebeu alguma diferença entre um elogio de admiração e um elogio de atração. E como ela convivia muito comigo, um dia perguntou: ‘Você já parou para pensar se você é bi? Porque ela reparava no jeito que eu falava. Aí, quando ela me fez essa pergunta, fiquei pensando. Me questionei e, enfim, cheguei à conclusão que sim, mas foi através dessa pergunta dela. Ou seja, perceberam para mim, me avisaram e quando vi, acabei me identificando mesmo”, conta.
A artista ressalta que, apesar da idade, a reação da família nunca foi um problema, já que nunca se assumiu diretamente. “Nunca tive uma namorada, né? Eu me relacionei muito pouco, tanto com meninas quanto com meninos, em relação a namoros. Então, acho que lá perto dessa idade, 2 anos depois, descobriram o meu Twitter, onde me assumia, mas meus pais acho que não deram muita bola naquela época. Achavam que era coisa de fase, mas desde então também nunca assumi nada, nunca rolou uma conversa sobre”, afirma.
“Mas esses dias, postei na internet de novo, que estava ficando com uma menina na minha viagem da Europa. E minha mãe viu, né? Ela viu todos os meus stories, mas ela é suave, ela é de boa. Também eu, já com 25 anos, nessa altura que estou, acho que eles não iriam mais opinar em nada, assim, sabe? Nesse sentido, felizmente, minha família é bem tranquila. Minha mãe sempre foi, sempre me apoiou e tudo foi tranquilo, ainda bem”, continua.
Outra questão abordada por Bibi foi em relação às críticas que recebe na internet pelo fato de ser bissexual. “O mais chocante é saber que os julgamentos vêm de pessoas mais jovens, que na teoria deveriam ter a mente mais aberta”, salienta.
“Posso estar errada, mas acredito que todo bi tem fases. Em certo momento prefere ficar com homem, depois prefere mais ficar com mulher, momentos meio a meio, e momentos que sente atração pelos dois igualmente. E quando você tá nessas fases, quando você comenta sobre isso, as pessoas já te invalidam, te chamam de bi de balada, bi festinha, né? Ou acham que você tá ficando com meninas só pra provocar homem. Claro que não!”, emenda.
Bibi Babydoll usa como exemplo sua última relação, que teve no exterior, para provar seu ponto de vista e afirma que enxerga a sexualidade como algo fluido. “Fiquei com uma menina bem bonita na Europa, porque estava achando ela maravilhosamente perfeita. Nossa, demais!”, diz. “Só que a gente aproveita e posta uns stories juntas, que a gente também gosta de dar uma provocadinha, mas não é só por isso, é porque a gente se curte também, até porque a gente postou pouquíssimas coisas, a gente mais ficou do que postou. Então, não fizemos isso para provocar homens, jamais”, garante.
“Vejo a sexualidade como algo fluido. Não tem uma caixinha para tudo. ‘Ah, você é bi? Você é hétero?’ Acho que pode fluir a qualquer momento. Inclusive, tenho interesse também por pessoas trans, tanto homens trans quanto mulheres trans. Uma pessoa andrógina (Termo utilizado para designar pessoas que possuem traços físicos e comportamentais tanto femininos, quanto masculinos) também me atrai. Então, é algo muito fluido, que as pessoas tentam muito colocar regra em cima numa coisa que é pessoal”, finaliza.
