Sem ser reconhecido por Yasmin Brunet, Igor Jansen enfrenta caso que ajuda a explicar o afastamento da TV aberta por novas gerações dentro e fora da atração
Yasmin Brunet virou assunto após deixar de reconhecer Igor Jansen durante o Rock in Rio. É fato que ela não é jornalista e a falta de técnica tenha colaborado para isso. O caso, porém, ajuda a explicar o afastamento de novas gerações à centralização da TV aberta, dentro e fora de suas atrações. Antes, alguém na posição de Jansen, por exemplo, seria facilmente identificado ao dar vida a um boy de Malhação ou até mesmo por ser capa de caderno.
O ator nordestino dispensa apresentações aos noveleiros e antenados do lado de cá das câmeras. Nas redes sociais, tampouca precisa disso. Com pelo menos nove milhões de seguidores no Instagram, Igor Jansen está no ar na TV aberta como ator desde 2018. O intérprete de Aldenor Leonel em No Rancho Fundo, atual novela das seis da Globo, protagonizou As Aventuras de Poliana, trama infanto-juvenil do SBT exibida por dois anos no "horário nobre" do canal com direito a uma continuação (Poliana Moça) entre 2022 e 2023.
O folhetim de estreia de Jansen foi e é um dos produtos mais consumidos pelas novas gerações, principalmente após a novela viralizar no streaming e criar fã-clubes e afins - assim como outros produtos do SBT, a obra parece nunca sair do ar e viver em reprises. Além disso, Jansen tem um público cativo por sua carreira na música. Fora os likes e biscoitos que ganha por sua aparência! Nada novo sob o sol!
Dá pra desconfiar sim que Yasmin não parece ser telespectadora de novelas infanto-juvenis do SBT. A questão é que Igor estreou na Globo em abril deste ano, vivendo um rapagão de novela das seis que só a teledramaturgia sabe encarnar em jovens atores que fora das câmeras servem como um colírio aos fãs - nada de deixar só pro público feminino pois estamos em 2024. Fãs em geral!
Em um tempo não tão distante, ao vê-lo pensaríamos que se trata do "moço da novela das seis", fosse com quem fosse. Naturalmente, sem pensar em preparo. É que antes de ir para a novela das seis viver rapagões, como Arthur Aguiar o fez em Eta Bundo Bom ou Cauã Reymond em Da Cor do Pecado, Jansen já teria vivido seus tempos de Malhação com capas de CD e fotos estampadas em caderno. Isso sem falar do preparo e auê que a novelinha teen provocava - situação que o ator já vivenciou em outros carnavais.
Com fã-clube pronto, Igor Jansen até conseguiu transferir seus admiradores para a TV aberta. O caminho contrário, no entanto, já não parece ser tão mais fácil como antes. Embora No Rancho Fundo seja uma das maiores audiências da TV aberta hoje em dia - a novela conta com média de 19.13 pontos no ibope, assistida aproximadamente por 1 milhão e 400 mil pessoas apenas na capital paulista-, e ter seu formato redondinho para o público do sofá , a atração já não consegue, por si só, levar o ator, ao viral de rapagões de outrora.
Estamos cansados de saber que a internet e as redes sociais estouraram e modificaram todo este cenário, separando nichos e distribuindo ainda mais o entretenimento. Mas é que algumas tradições e efeitos só passamos a sentir com o avanço de fatos. Nostalgia? Talvez! Mas que Igor Jansen seria sim um boy de Malhação ou capa de caderno seria. E aqui eu já uso tais termos como metáfora.
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