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Jovem do meme ‘Já acabou, Jéssica?’ é vítima de bullying e caso vai para a Justiça

Lara da Silva, uma das envolvidas no famoso meme, foi à Justiça após sofrer bullying; vídeo viralizou há 10 anos nas redes sociais

Isabela Bisordi
por Isabela Bisordi

Publicado em 05/03/2025, às 10h21

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Lara da Silva, uma das envolvidas no famoso meme, foi à Justiça após sofrer bullying; vídeo viralizou há 10 anos nas redes sociais - Reprodução/Instagram/BBC News
Lara da Silva, uma das envolvidas no famoso meme, foi à Justiça após sofrer bullying; vídeo viralizou há 10 anos nas redes sociais - Reprodução/Instagram/BBC News

Dez anos depois do famoso vídeo viralizar nas redes sociais, o meme “Já acabou, Jéssica?” continua sendo lembrado por milhares de brasileiros. O que nem todo mundo sabe é que o caso acabou indo parar na Justiça após Lara da Silva, uma das garotas envolvidas na briga em frente à escola, se tornar vítima de bullying constante.

O que aconteceu?

Em novembro de 2015, Lara acabou se envolvendo em uma confusão na saída da escola, localizada em Alto Jequitibá, Minas Gerais. Nos registros que viralizaram nas redes sociais, a adolescente de 12 anos aparece trocando agressões físicas com outra garota. Até que, em determinado momento, ela se levanta do chão e diz: “Já acabou, Jéssica?”. Na época, a situação rendeu uma série de sátiras e memes, mas acabaram impactando negativamente a vida de Lara para sempre.

Quais foram as consequências?

Em entrevista à BBC News, Lara revelou que acabou entrando em depressão após se tornar alvo de bullying. Depois disso, precisou largar os estudos e se submeter a tratamentos psiquiátricos. “É uma coisa que eu ainda não aceitei totalmente. Se eu parar para pensar demais nisso, me faz mal. Não é algo que eu goste, mas é uma coisa que aconteceu, não tem como voltar atrás”, disse ela.

Anos depois, o caso foi parar na Justiça. Lara e Jéssica, as duas garotas envolvidas no vídeo, abriram processos contra emissoras de televisão e plataformas que repercutiram as imagens, como o Google e o Facebook. Ambas pedem que as imagens sejam excluídas e cobram indenização por danos morais e materiais.

Exposição sem consentimento

Esse é um dos episódios que se tornou um forte exemplo dos riscos da exposição online sem consentimento - sendo ainda mais grave quando envolve menores de idade. Felipe Salvatore, fundador da Myhood, startup especializada no licenciamento de vídeos virais e conteúdos gerados por usuários, ressalta a importância do controle na divulgação desses vídeos.

“Muitas vezes, podemos cair na armadilha de achar que algo é legal só porque é comum. O uso de imagens e propriedade intelectual de terceiros é algo que acontece com frequência no ambiente digital, mas seus efeitos ainda são subestimados. Por exemplo, a divulgação de um vídeo de um menor sem a autorização de um responsável pode configurar uma infração ao Estatuto da Criança e do Adolescente, ao Marco Civil da Internet e até à Lei de Direitos Autorais”, explicou.

“Os reposts, especialmente por portais de notícias e páginas agregadoras de conteúdo, são uma prática comum, mas esses modelos de negócio se aproveitam da atenção e do engajamento que esses posts geram. Quando o objetivo é comercial, a infração se torna ainda mais séria, deixando claro a necessidade de uma licença de uso – um documento que formaliza a autorização para distribuir imagens e propriedade intelectual de terceiros. Além de trazer consequências graves, como o caso da Lara, esses portais e páginas que operam sem a devida autorização se expõem a sérios riscos jurídicos e financeiros”, completou o especialista.

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