Participante do RuPaul's Drag Race Global All Stars rebate haters. Miranda Lebrão diz como se tornou queridinha da criadora do reality show
Publicado em 16/08/2024, às 11h27
Miranda Lebrão foi selecionada para representar o Brasil no RuPaul's Drag Race Global All Stars. A artista visual teve seu nome escolhido por RuPaul Andre Charles, idealizador do reality show, para integrar o elenco da versão internacional após ganhar destaque no RuPaul's Drag Race Brasil --mesmo antes da exibição da grande final. Na época, os fãs da franquia se dividiram: de um lado, os admiradores de seu trabalho celebraram sua seleção, mas os torcedores das outras drags iniciaram uma forte campanha para tentar diminui-la nas redes sociais. À coluna, ela relembrou os comentários negativos que recebeu após ganhar destaque no programa.
"Para mim foi uma surpresa e um grande desafio poder ser convidada para ser a primeira brasileira na frente da RuPaul’s depois de 17 anos de uma franquia internacional. Eu acho que eu fui escolhida porque sou boa. Eu não vou mais comer as palavras para dizer isso. Miranda Lebrão é boa no que faz. Sou ruim no que eu não sou boa, e sou muito boa no que eu sou boa. E eu acho que esse foi o motivo de eu ter sido convidada para esse projeto que fazia muito sentido para mim, pela entrega no Drag Race Brasil e pela experiência que foi ceder meu trabalho, minha drag, a minha vida, a minha vida pessoal para esse projeto", avaliou.
"O Drag Race sequestra a gente num nível absurdo e que para mim fez muito sentido. Depois de tantos anos de trabalho, poder fazer este esse nível de entrega para além do Brasil, para um mundo inteiro agora. Para mim é uma certeza de que as minhas opções de carreira, elas vão se revolucionando (...) essa é uma das minhas maiores conquistas enquanto uma artista independente", completou.
Apesar de ter ganhado destaque no programa, Miranda Lebrão também precisou lidar com as críticas. Sua participação gerou dúvidas e ataques por parte dos fãs, que não acreditavam em seu potencial para ganhar o reality show. "Com relação a hater, eu não acompanho muito. Vou ser sincerona assim. Eu não dou conta de interagir com as pessoas que me escrevem, que gostam de mim e que me compartilham as suas histórias. Eu gosto muito de poder me conectar com quem se conecta comigo, porque é o que faz sentido para o meu trabalho. E até hoje eu tenho mensagens Drag Race Brasil que eu não consegui responder", admitiu.
"A minha estratégia, que é uma estratégia que eu lido com a minha equipe, é depois que a gente der conta de falar com todo mundo que tem um interesse no meu trabalho, aí a gente pensa, o que é que faz com os haters. Mas eu acho que é normal, né? Muita gente que não sabe o que fazer, acha que pode opinar", acrescentou.
Para integrar o elenco do RuPaul's Drag Race Global All Stars, Miranda Lebrão precisou abrir mão de acompanhar a exibição do Rupaul's Drag Race Brasil na metade. A gravação do reality internacional começou enquanto os episódios da primeira temporada nacional --do qual foi finalista-- ainda estavam em fase de lançamento, e ela não conseguiu acompanhar toda a comoção pelo fato de estar confinada nos EUA.
"Eu saí para gravar o Global no meio da temporada, eu acho. Então, eu também só fui ver a temporada quando voltei. O fato de não ter estado na final, para mim, foi uma dos momentos mais difíceis, porque o meu desafio pessoal pelo Drag Race Brasil era ter chegado até a final. Então eu queria ter vivido essa experiência, apesar de já saber os resultados, eu queria muito ter tido a experiência de ter estado com o público que me segurou de um jeito tão brasileiro e tão terno, ao mesmo tempo que as minhas colegas de casting (...) Esse talvez o maior preço que eu paguei para fazer o Global, foi ter aberto mão de algumas experiências do Drag Race Brasil", explicou.
Miranda Lebrão ainda admitiu que sentiu medo ao ser convocada como representante brasileira do RuPaul's Drag Race Global All Stars, principalmente pelos esteriótipos e expectativas dos telespectadores. "Entender as diferenças culturais e o qual é as expectativas que as pessoas têm sobre brasileiras e como a gente interpreta também as outras culturas, para mim não foi uma questão complicada", disse.
"Mas existe uma leitura Internacional sobre o que é Brasil. E eu tinha muita preocupação com essa cobrança dos estereótipos do que é Brasil sobre o meu trabalho, porque apesar de ter a brasilidade atravessando de cabo a rabo o que eu faço, no final de contas de brasileira que sou, existem muitos estereótipos internacionais que eu acho que eu não dava conta de alcançar (...) As pessoas esperam que você vá chegar com pouca roupa e sambando. E dificilmente eu vou conseguir fazer", apontou.
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