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Caso Isabel Veloso: oncologista explica que câncer em estágio terminal é irreversível

Oncologista Jorge Abissamra explica que câncer em estágio terminal, antes anunciado por Isabel Veloso, é um "quadro irreversível", diferente de cuidados paliativos

Gabriel Perline
por Gabriel Perline

Publicado em 28/08/2024, às 18h01 - Atualizado às 20h14

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A influenciadora digital foi desmascarada pelo oncologista - Reprodução/Instagram
A influenciadora digital foi desmascarada pelo oncologista - Reprodução/Instagram

Nas últimas semanas, Isabel Veloso sofreu uma grande represália de seus seguidores após sua médica confirmar que ela não é uma paciente em estado terminal. A influenciadora digital viralizou nas redes sociais no início deste ano após contar que tinha um câncer em estágio avançado e apenas seis meses de vida. A declaração chamou a atenção dos internautas e mesmo em meio a uma série de desculpas, a youtuber não conseguiu contestar os questionamentos. À coluna, o oncologista Dr. Jorge Abissamra explicou que um estágio terminal é irreversível, indo contra os argumentos dela.

Em seus Stories do Instagram, Isabel Veloso tentou justificar que não era mais uma paciente terminal: "Para os desinformados que estão cuidando da minha vida e não têm o que fazer: minha doença era terminal devido à previsão de tempo. Eu tinha um tempo estimado de vida e não era certeza que minha doença iria se estabilizar. Mas ela se estabilizou. E eu passei a não ser mais paciente terminal. Eu não sou uma paciente terminal. Eu sou uma paciente em cuidados paliativos. Tanto que na minha biografia está assim". 

Dr. Jorge Abissamra confirmou à coluna que pessoas em estado terminal não conseguem simplesmente se tornar pacientes em cuidados paliativos. "O paciente em terminalidade de vida é um quadro irreversível. É aquele paciente que não há mais nada possível e que ele vai falecer nas próximas horas. Então não é possível um paciente em terminalidade de vida reverter o quadro. Agora, o inverso, sim, pode ser um paciente que era cuidados paliativos e entrou em terminalidade de vida e faleceu", explicou.

"Isso é quando o paciente tá pra morrer em poucas horas ou poucos dias. Um, dois ou três dias. Cuidados paliativos é quando a doença não tem mais cura, mas o paciente pode viver muitos anos. Terminalidade de vida é um paciente que tá muito próximo de morrer nas próximas horas ou dias e cuidados paliativos é uma doença incurável, mas que não necessariamente o paciente vai morrer num período próximo (...) Um participante terminal é aquele paciente que tem uma deterioração clínica tão grande e que vai morrer nas próximas horas", acrescentou.

O oncologista ainda comentou sobre o prazo de seis meses de vida, dito por Isabel Veloso em diversas ocasiões: "Esses prazos de 6 meses de vida não são prazos adequados. Geralmente a equipe médica, atualmente, ela não dá prazo, até porque os pacientes evoluem de maneira diferente. O que as equipes podem dizer: ‘Olha, na média, pacientes com esta patologia, nesse estágio, a maioria vive em torno de um ano, em torno de 6 meses’. Mas esses prazos eles não são dados pela equipe médica".

Em agosto deste ano, a influenciadora digital chamou a atenção dos fãs ao anunciar sua primeira gravidez. Aos 18 anos, Isabel Veloso dividiu opiniões com a novidade, principalmente levando em conta seu diagnóstico como paciente em estado terminal. "Geralmente pacientes em tratamento oncológico, principalmente quimioterapia, não ovulam. A quimioterapia, geralmente, ela inibe a ovulação na mulher. Pode acontecer? Pode. Na medicina, tudo pode, mas isso é pouco provável", admitiu o médico.

"Como eu disse, a medicina não é uma ciência exata. O que pode ser que aconteça é que ela não estava mais em tratamento e aí, voltou a ovular ou mesmo durante o tratamento ovulou, mas isso é um caso muito excepcional. A maioria dos casos os pacientes em quimioterapia não ovulam. Raríssimas exceções. Agora a gestação ela pode impedir o paciente de fazer alguns tratamentos por risco a oferta. Então, algumas drogas não podem ser ministradas por serem teratogênicas, ou seja, pelo risco de causar má-formações no feto ou de aborto de abortamento. Então isso, sim, pode atrapalhar a gestação e algumas patologias ou tumores podem, inclusive, progredir com as alterações hormonais da gestação", finalizou.