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Pode isso? Voepass tem autorização para operar avião com caixa-preta incompleta

Voepass tem autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para operar avião com a caixa-preta que não grava 8 informações cruciais; veja

Laura Vicaria
por Laura Vicaria
[email protected]

Publicado em 13/08/2024, às 13h47

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Pode isso? Voepass tem autorização para operar avião com caixa-preta incompleta - Reprodução/Globo
Pode isso? Voepass tem autorização para operar avião com caixa-preta incompleta - Reprodução/Globo

A CNN entregou nesta terça-feira (13) que avião ATR-72, que caiu na última sexta-feira (9) em Vinhedo, operava com uma caixa-preta que não grava 8 informações da aeronave. De acordo com o veículo, a Voepass tinha uma autorização concedida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para voar com a caixa-preta "incompleta" desde 1º de março de 2023.

O pedido foi feito pela própria Voepass, que queria incluir o ATR-72 em sua frota, mas concluiu que aeronave não estava apta a gravar todos os parâmetros operacionais exigidos pelo Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC n° 121).

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Portanto, a Anac concedeu o pedido e permite que os voos feitos neste modelo não tenham oito informações importantes como funcionalidade dos freios (pressão e aplicação dos pedais direito e esquerdo), todas as forças de comando dos controles de voo (volante, coluna e pedais) e sistema de pressão hidráulica.

Segundo a CNN, a Voepass opera sem estes comandos necessários:

  • frequências selecionadas em Nav 1 e Nav 2
  • pressão do freio (sistema selecionado)
  • aplicação do pedal do freio (direito e esquerdo)
  • pressão hidráulica (cada sistema)
  • posição do comando do compensador de arfagem na cabine
  • posição do comando do compensador de rolamento na cabine
  • posição do comando do compensador de direção na cabine
  • todas as forças de comando dos controles de voo da cabine (volante, coluna e pedais)

Já que a caixa-preta não gravou as forças de comando dos controles, não foi possível analisar as forças que o piloto fez na aeronave. Ou seja, o voo que caiu em Vinhedo não possui nenhuma informação sobre o desempenho do piloto como se ele foi para frente, para trás, para os lados e etc.

A CNN conversou com o engenheiro aeronáutico Jorge Leal Medeiros, que afirmou que a falta das 8 informações irão atrapalhar as investigações da tragédia. O relator da determinação, Ricardo Bisinotto Catanant, porém, disse que estes comandos não irão afetar o trabalho dos profissionais.

“A ausência de gravação desses parâmetros em si não afeta o desempenho da aeronave em termos de aeronavegabilidade e nem potencializa ou atenua qualquer efeito direto na segurança da operação, sendo classificado o risco como 1C, aceitável”, disse ele.