Cristiano Araújo e o fotógrafo Flaney Gonzallez. Eles trabalharam juntos entre março de 2014 e junho de 2015 (Foto: Divulgação)
Segundo o fotógrafo, a obra vai aproximar os fãs de quem, de fato, Cristiano era longe dos palcos. "Talvez
para os fãs, até então, seja a obra que mais vá deixá-los próximos do Cristiano ser-humano além de artista. Não é um livro triste. É um livro que fala de vida,
que eu gostaria de ter escrito com ele aqui, ainda em turnê. Um livro que narra
a história de um fotógrafo que aprendeu e descobriu muita coisa na companhia de
um artista famoso, mas que não dava a mínima para o que a maioria das pessoas
que vivem o mesmo valorizam tanto", disse ele.
ÚLTIMO ENCONTRO
"Experimentamos uma relação de respeito e admiração mútua pelo trabalho um do
outro, e pela forma única de pensar. Eu o instigava a ir mais afundo nos
pensamentos sobre o que estávamos vivendo, e nossos voos eram cheios de papos
agradáveis, onde eu aprendia muito vendo ele pautar a felicidade em atividades
tão simples do dia-a-dia, como jogar futebol, brincar com os filhos ou
namorar", relata Flaney sobre o relacionamento com o artista.
O último encontro entre o fotógrafo e Cristiano Araújo aconteceu na mesma data do acidente. "Nos vimos n
o
último show, sai meia hora antes dele rumo a Goiânia. Mandei algumas fotos
enquanto eles ainda estavam na estrada. Ele visualizou no Whatsapp minutos
antes de acontecer tudo aquilo. Não era uma noite comum, e o cansaço o deixava
mais triste e sério do que durante todo aquele mês em turnê pelo nordeste", relembra.
Os momentos divertidos de Cristiano foram registrados por Flaney (Foto: Flaney Gonzalles/Divulgação)
BRIGA COM GUSTTAVO LIMA
O livro aborda ainda a briga existente entre Cristiano Araújo e Gusttavo Lima. "Uma série de desencontros, conversas truncadas e alfinetadas levaram os dois a um bate-boca muito feio pelo celular. Desde então, praticamente se odiavam. Araújo confidenciou que desejava fazer as pazes. Em certa ocasião, quase estendeu a mão para o rival, mas teve medo de que Gusttavo não correspondesse ao gesto. Eu vi no rosto dele, naquele momento, aquele sentimento que quem é do bem sabe como é, de quando a raiva passa, o tempo já curou as mágoas, e apenas o orgulho impede a aproximação. Eu sabia que ele não guardava rancor e que por ele voltaria a ser amigo do Gusttavo, até porque admirava o jeito dele cantar e tinha gratidão pelo que viveram lá atrás", conta Flaney em um dos capítulos.
Através de um post no Facebook, o fotógrafo esclarece críticas: "O Onze Mil Horas trata da minha história. Do que eu vivi ao lado do Cris. O que ele passou durante toda a vida, vocês deverão ler um dia pela redação de outra pessoa. Cristiano foi um cara digno e íntegro e histórias como desse impasse não fazem nem dele nem do Gusttavo seres humanos ruíns. Todos nós já nos desentendemos com algum amigo e nos chateamos. Entrou na obra para mostrar o quanto Cris não guardava rancor, e mostrar pro próprio Gusttavo, que ele se foi sem sentir raiva. Era para mostrar para todos nós, o quanto vale a pena pensar duas vezes antes de ir dormir brigado com alguém, pois amanhã poderá ser tarde pra um abraço."
No palco, Cristiano Araújo honra o pai, João Reis (Foto: Flaney Gonzalles/Divulgação)
O livro Onze Mil Horas (Foto: Divulgação)